O candidato à liderança socialista José Luís Carneiro afirmou, esta quinta-feira, que contribuirá para viabilizar o Orçamento do Estado, afastando "um psicodrama" na eleição do presidente do parlamento porque o PS "não tem o direito" de vetar o nome da AD.

"Vamos contribuir para a viabilização do orçamento, mas não vamos fazer como a doutora Manuela Ferreira Leite, que disse eu nem quero ver o orçamento. Não vamos dizê-lo porque é importante vê-lo", assegurou José Luís Carneiro na Grande Entrevista da RTP desta noite.

Nesta entrevista, na qual assumiu o objetivo de ganhar as eleições autárquicas e disse que gostaria de contar com o ex-líder do PS, Pedro Nuno Santos, "na vida política ativa", o candidato à liderança do PS foi questionado sobre a disponibilidade que terá para a viabilização do Orçamento do Estado para 2026 (OE2026).

"Vamos aguardar pela proposta do Governo. Ao viabilizar o programa do Governo, em princípio, deve-se viabilizar o instrumento para pôr em prática o programa do Governo, que é o orçamento", começou por responder, considerando que será na avaliação da execução do documento que depois também se avaliará o Governo.

Na opinião de José Luís Carneiro, se o executivo de Luís Montenegro "pretender manter uma atitude de respeito pelo PS, deve evitar colocar no orçamento dimensões que sabe que colidem com valores fundamentais" dos socialistas, reiterando uma "abertura para a viabilização" do documento.

"Governo tem de ter humildade democrática para vir ao encontro do PS"

Sobre a disponibilidade do PS para apoiar José Pedro Aguiar-Branco - que já se mostrou disponível para ser de novo presidente da Assembleia da República, o deputado referiu que "os partidos têm a liberdade de proporem quem entender para a composição da mesa do parlamento".

"Assim como nós consideraríamos inaceitável que procurassem vetar um dos nomes apresentados pelo PS, também consideramos não ter o direito de vetar o nome apresentado pela AD para a presidência da Assembleia da República", enfatizou.

Na opinião do candidato a secretário-geral do PS - que até agora é o único na corrida à sucessão - "não há necessidade de ter psicodrama", assim "haja capacidade de diálogo e de boa-fé".

"O Governo tem de ter humildade democrática para vir ao encontro do PS e dos outros partidos. Sem arrogância e sem sobranceria", apontou ainda.

Com Lusa