O candidato anunciado à liderança do PS, José Luís Carneiro, comprometeu-se este domingo a ouvir toda a gente, apelou à união e assegurou que os socialistas serão uma "oposição firme e responsável", recusando qualquer "operação de subversão" da Constituição.

Estas são algumas das ideias que o ex-ministro defendeu na sua intervenção na Comissão Nacional do PS, em Lisboa, segundo informação a que a agência Lusa teve acesso.

José Luís Carneiro fez um agradecimento a Pedro Nuno Santos, seu adversário na eleição anterior e que este sábado deixou a liderança do partido, e pediu "humildade democrática" perante os resultados de domingo.

O candidato prometeu "saber ouvir todos e contar com todos" e defendeu que só unidos os socialistas terão "muita força".

"O PS será oposição responsável, séria e firme", assegurou, comprometendo-se a não ser parceiro "para nenhuma operação de subversão da Constituição", apesar de não acreditar que esse seja o caminho da AD.

José Luís Carneiro considerou ainda que o PS deve votar contra a moção de rejeição ao Programa do Governo apresentada pelo PCP, mas quer que a AD se defina sobre com que partidos quer tratar os temas do regime e da governabilidade.

PS tem de refletir para voltar a ser o maior partido

A prioridade do socialista que há um ano e meio perdeu a disputa interna para o agora ex-líder do PS está nas eleições autárquicas e a sua única promessa foi trabalho "para o PS voltar a ser o maior partido".

Para o antigo ministro da Administração Interna, é preciso "uma reflexão profunda" e diálogo que "deve ser feito para dentro e para fora".

"Temos de saber ouvir e dar voz às pessoas. Saber ouvir quem todos os dias faz Portugal. Cá e no estrangeiro", comprometeu-se.

Depois da pesada derrota nas legislativas, que levou Pedro Nuno Santos a demitir-se, a Comissão Nacional do PS está hoje reunido para analisar os resultados e aprovar os calendários eleitorais, estando até agora na corrida à liderança José Luís Carneiro.

Eleições no PS no fim de junho

Pedro Nuno Santos, ex-líder do PS que vai ser substituído interinamente pelo presidente do PS, Carlos César, deixou este sábado o cargo.

O presidente do PS, Carlos César, vai propor à Comissão Nacional que as eleições para secretário-geral socialista sejam em 27 e 28 de junho e o congresso depois das autárquicas.

Carlos César considerou ainda que não deve haver dúvidas que o PS viabilizará o Governo da AD, já que o mesmo aconteceu há um ano e com uma votação inferior da coligação liderada por Luís Montenegro.