
Testemunhas disseram que as forças israelitas dispararam contra multidões a cerca de um quilómetro de um local de ajuda gerido por uma fundação apoiada por Israel, segundo a agência norte-americana Associated Press (AP).
Além dos mortos, mais de 100 pessoas ficaram feridas, segundo o governo do grupo extremista Hamas, que controla Gaza desde 2007.
"As forças de ocupação israelitas cometeram um novo massacre contra civis esfomeados que se tinham reunido em pontos designados para a distribuição da chamada 'ajuda humanitária'", declarou o governo de Gaza num comunicado.
O exército israelita ainda não se pronunciou sobre o incidente, de acordo com a agência de notícias espanhola EFE.
Fontes locais disseram que tanques israelitas abriram fogo contra "todos os civis" que se tinham aproximado de um ponto de distribuição no bairro de Tel al Sultan, em Rafah.
A Defesa Civil de Gaza advertiu que as equipas de socorro não podiam chegar ao local do ataque "devido ao perigo extremo", porque as forças israelitas estavam a abrir fogo contra as zonas próximas dos centros de distribuição.
O hospital Al Wada, em Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, registou a morte de um cidadão de Gaza e 18 feridos, incluindo três crianças, perto de outro ponto de ajuda na zona de Netzarim, na sequência de ataques israelitas hoje de manhã.
"Está provado pelo sangue, por testemunhas oculares, por relatórios de campo e até por avaliações internacionais que o projeto de 'distribuição de ajuda humanitária através de zonas tampão' é uma iniciativa falhada e perigosa", acrescentou o governo do Hamas.
O número de mortos nos pontos de distribuição geridos pela Fundação Humanitária de Gaza, apoiada pelos Estados Unidos e por Israel, subiu para 39 e o número de feridos para mais de 220 em menos de uma semana, segundo as autoridades palestinianas.
As organizações internacionais, como as Nações Unidas, têm alertado para a situação de fome que se vive em Gaza devido ao bloqueio imposto por Israel ao enclave palestiniano de 2,4 milhões de habitantes.
A guerra em curso foi desencadeada pelos ataques liderados pelo grupo radical palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
Das 251 pessoas raptadas na altura, 57 continuam detidas em Gaza, pelo menos 34 das quais mortas, segundo as autoridades israelitas.
A retaliação de Israel já provocou mais de 54.300 mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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