
Dados de um estudo sobre doença renal crónica (DRC), realizado no âmbito dos 40 anos da Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL), confirmam que a maioria dos portugueses já ouviu falar da DRC (77,5%). Contudo, desconhecem algumas das causas da doença e têm várias conceções erradas sobre o que é, como pode ser prevenida, os seus sintomas, a quem impacta mais e algumas das suas consequências.
Menos de um quarto (24,4%) sabe que a hipertensão arterial é uma das causas da doença e só 27,7% associam a obesidade à DRC, apesar de ser um dos seus principais fatores de risco. Os dados mostram ainda que 31,6% desconhecem que estamos a falar de uma patologia que pode ser prevenida e 61,3% dizem não saber que Portugal é o país europeu com maior prevalência de doentes em terapia substitutiva da função renal.
Estas conclusões servirão de base para a definição de estratégias, públicas e privadas, para aumento da literacia sobre esta doença, para capacitar os diferentes stakeholders de ferramentas mais eficazes no combate à doença e melhorar o acesso aos respetivos tratamentos. “Este inédito estudo é um passo essencial para aumentar a literacia sobre a DRC e esperamos que as conclusões sirvam como base para a implementação de estratégias eficazes, que capacitem profissionais de saúde e população a combater a doença de forma mais eficiente”, refere Sofia Correia de Barros, presidente da ANADIAL.
A DRC é uma doença silenciosa, que, na fase inicial, não apresenta sinais ou sintomas e que, sem tratamento precoce, vai continuar a progredir até à insuficiência renal. Segundo dados da Sociedade Internacional de Nefrologia, trata-se da 7.ª principal causa de morte entre as doenças não transmissíveis, a nível global, estimando-se que cerca de 850 milhões de pessoas vivam com esta enfermidade em todo o mundo. Em Portugal, afeta cerca de 9,8% da população adulta, sendo elevada a taxa de incidência de doentes com DRC no estádio mais avançado, que exige hemodiálise.
MJG
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