Mais de 50 migrantes morreram em 2024 a tentar atravessar a 'floresta da morte'

A selva de Darién, na fronteira entre o Panamá e a Colômbia, está repleta de perigos e acredita-se que o percurso é utilizado por cartéis para traficar drogas da América do Sul até ao México.

Matias Delacroix

Pelo menos 55 pessoas morreram em 2024 a tentar atravessar a selva de Darién, no Panamá, considerada uma das mais perigosas rotas migratórias do mundo. O número real de vítimas mortais pode, no entanto, ser muito superior, de acordo com o ministro da Segurança Pública do Panamá, Frank Ábrego.

A incógnita sobre o número real de mortos resulta da dificuldade em encontrar os corpos na perigosa selva fronteiriça entre o Panamá e a Colômbia.

"O número está próximo de 55 pessoas que faleceram ao atravessar a Darién. Igualmente, há outra fonte que são os relatos dos familiares, mas que nunca encontramos os corpos, pelo que não podemos confirmar a veracidade dos mesmos", adiantou o ministro Frank Ábrego.

Contudo, admitiu que aquele número (55) "pode ser o dobro, segundo os relatos".

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Em 2024, mais de 300 mil migrantes atravessaram esta selva, menos 41% (cerca de 200 mil pessoas) do que o recorde histórico de 2023, ano em que as autoridades panamianas calculam que tenham sido 520 mil os migrantes.

A maioria das pessoas atravessa esta selva perigosa para chegar à América do Norte, em busca de melhores condições de vida.

Entre as nacionalidades dos migrantes que mais utilizam esta rota estão os venezuelanos, seguidos por colombianos, equatorianos, chineses e haitianos.

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O governo do Panamá relaciona esta redução de vítimas com as medidas tomadas desde a posse do presidente, José Raúl Mulino, em 1 de julho, entre as quais um acordo com os Estados Unidos da América para deportar migrantes e o encerramento de percursos não autorizados.

A rota através da selva de Derién está repleta de perigos como ataques de animais selvagens, picadas de serpentes, inundações dos rios devido a chuvas torrenciais e ainda roubos, violações. De acordo com a BBC, há ainda a possibilidade de vários cartéis usarem este percurso para traficar drogas da América do Sul até ao México.

As autoridades do Panamá insistem que a migração através da selva é um "negócio" do crime organizado com fins lucrativos, já que em 2023, segundo os números do Ministério da Segurança do Panamá, "ganharam" 820 milhões de dólares (mais de 750 milhões de euros) a transportar migrantes pela Darién.

- Com Lusa