A ministra da Saúde reagiu, ao final da tarde desta terça-feira, ao relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) sobre os atrasos do INEM durante a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar, em outubro de 2024. O inquérito investigou as ocorrências em torno de três pedidos de socorro que resultaram em três mortes.

Ana Paula Martins realçou o facto de, em dois casos, o relatório não estabelecer um nexo de causalidade “entre o atraso no atendimento e a morte dos utentes”. No terceiro caso — um homem de 86 anos que morreu, em Bragança, após esperar 1h20 por socorro —, a ministra disse que foi concluído que, apesar de “reduzida probabilidade de sobrevivência, devíamos ter conseguido chegar mais depressa”. E afirmou que “o relatório não faz uma ligação direta entre esta morte e a greve”.

“Sobre o que se passou naqueles dias das greves, mesmo sem nexo de causalidade, sabemos que o circuito de informação dos anúncios da greve não funcionou bem. Por isso, já o mudámos, e posso garantir-vos que esse mau funcionamento não se voltará a repetir”, garantiu a ministra da Saúde.

E respondendo aos pedidos de demissão da oposição, disse: “tirar consequências políticas de situações semelhantes às passadas significa, como tenho sempre dito, resolver os problemas e não atirar a toalha ao chão.”

A ministra lamentou as mortes ocorridas e declarou que, “por respeito a essas vidas e às suas famílias”, não responderia a perguntas dos jornalistas.