
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, defendeu hoje que é "crucial trabalhar para uma desescalada" da tensão no Médio Oriente, após os ataques aéreos lançados por Israel contra múltiplos alvos militares e nucleares no Irão.
"Trata-se claramente de uma situação que evolui rapidamente e de uma ação unilateral por parte de Israel", afirmou Mark Rutte durante um encontro com o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson.
"É agora crucial que muitos aliados, incluindo os Estados Unidos, trabalhem neste momento para reduzir a escalada", acrescentou.
Também a comunidade internacional já começou a reagir aos ataques lançados por Israel, apelando à contenção e ao recurso à via diplomática para evitar uma escalada do conflito no Médio Oriente.
"A França apela a todas as partes para que mostrem contenção e evitem qualquer escalada suscetível de comprometer a estabilidade regional", declarou o ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean-Noël Barrot, através da rede social X.
O responsável francês reiterou ainda "as profundas preocupações" do seu país relativamente ao programa nuclear iraniano, considerando "essencial que todas as vias diplomáticas sejam mobilizadas para reduzir as tensões".
Da Alemanha, chegou igualmente a mesma mensagem, num apelo a que as duas partes possam evitar a escalada.
Também a China expressou a sua "profunda preocupação" com as possíveis consequências do ataque israelita e instou as partes envolvidas a evitar uma intensificação do conflito.
"A China acompanha de perto os ataques de Israel contra o Irão e está profundamente preocupada com as possíveis consequências graves destas ações", afirmou Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, numa conferência de imprensa em Pequim.
O representante chinês frisou que Pequim se opõe "a qualquer ação que viole a soberania, a segurança ou a integridade territorial do Irão", bem como a todas as medidas que "agravem as tensões e ampliem o conflito".
Por sua vez, a Turquia exortou Israel a cessar de imediato as suas "ações agressivas" contra o Irão, informou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco, reiterando preocupações com a escalada do conflito na região.
A tensão crescente devido aos ataques israelitas levou já a companhia aérea Qatar Airways a cancelar todos os voos com destino ao Irão e ao Iraque, assim como a Air France, neste caso para Israel.
"Devido à situação atual na região, a Qatar Airways suspendeu temporariamente os seus voos para o Irão e o Iraque", informou a transportadora nacional do Qatar em comunicado.
O exército de Israel atacou hoje de madrugada a capital do Irão, com o Governo israelita a afirmar ter como alvo instalações nucleares e militares. A imprensa oficial iraniana confirmou a morte tanto de três dirigentes militares como de pelo menos seis cientistas nucleares.
Pelo menos nove pessoas morreram e uma centena ficaram feridas devido aos ataques, disseram agências de notícias oficiais iranianas.
O ataque começou por volta das 03:30 locais (01:00 em Lisboa), quando se ouviram fortes explosões na capital iraniana, tendo-se propagado a outras zonas do país.
Entretanto, o exército de Israel fez saber que o Irão já lançou mais de 100 drones contra território israelita e que "todos os sistemas de defesa estão a funcionar para eliminar as ameaças".
O Irão, por outro lado, condenou o silêncio da Agência Internacional de Energia, após o ataque.