Uma semana depois do início do julgamento do processo Marquês, que começou dia 3 de julho, a SIC sabe que o Tribunal da Relação chumbou o incidente de recusa da juíza Susana Seca, que a defesa de José Sócrates tinha apresentado no arranque do julgamento.

O advogado Pedro Delille sustentou em tribunal, na 1.ª sessão, que o julgamento deveria ser suspenso até existir uma decisão relativa aos dois requerimentos apresentados no dia anterior sobre a recusa da juíza, que preside ao coletivo e ao procurador-geral da República, Amadeu Guerra. Um requerimento recusado pelo coletivo de juízas e hoje chumbado pela Relação.

"Entende o tribunal que a apresentação do pedido de recusa não impede o julgamento", disse a juíza Susana Seca, tendo advertido o advogado de José Sócrates para não confundir fundamentação de requerimentos com exposições introdutórias: "Não pode [o tribunal] compactuar com estratégias processuais para entorpecer o andamento do julgamento".

Onze anos após a detenção de José Sócrates no aeroporto de Lisboa, arrancou no passado dia 3 de julho o julgamento da Operação Marquês, que leva a tribunal o ex-primeiro-ministro e mais 20 arguidos e conta com mais de 650 testemunhas.

Estão em causa 117 crimes, incluindo corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal, pelos quais serão julgados os 21 arguidos neste processo. Para já, estão marcadas 53 sessões que se estendem até ao final deste ano, devendo no futuro ser feita a marcação das seguintes e, durante este julgamento serão ouvidas 225 testemunhas chamadas pelo Ministério Público e cerca de 20 chamadas pela defesa de cada um dos 21 arguidos.