O número de emigrantes que voltaram para Portugal ao abrigo do Programa Regressar ultrapassou os 36 mil, disse hoje à Lusa o coordenador do programa criado em 2019 para fomentar o regresso dos trabalhadores emigrantes.

"O primeiro semestre de 2025 bateu todos os recordes em termos de número de portugueses que regressaram, ultrapassámos o número de 36 mil emigrantes abrangidos pelo programa", disse José Albano.

Em declarações à Lusa, o coordenador do programa vincou que os valores do primeiro semestre foram os que registaram a maior subida desde o início da iniciativa, atribuindo esse facto a uma maior divulgação dos objetivos e vantagens da medida.

"É fruto do trabalho, das sessões de norte a sul do país e no estrangeiro para sensibilizar os parceiros para o trabalho que é preciso para fomentar a decisão de os emigrantes decidirem regressar ao seu país usando as medidas que o governo coloca à sua disposição", disse o responsável, acrescentando que estas ações têm incidido particularmente "junto de coletividades, associações, empresas e junto de todos os parceiros envolvidos".

Mais de 73% do número de portugueses que regressou ao abrigo do programa tem entre 25 e 44 anos, e, destes, 34% são jovens qualificados com licenciatura, mestrado ou doutoramento, o que significa que o programa "está a conseguir dar um apoio àqueles jovens que tiveram de partir para o estrangeiro e agora já conseguem encontrar no país oportunidades para se realizarem profissionalmente, ao mesmo tempo que ajuda as empresas a colmatar a falta de mão de obra qualificada".

Oriundas de 116 países, as candidaturas para o programa são lideradas pela Suíça, seguida da França e do Reino Unido, registando atualmente uma média de 405 processos por mês no primeiro semestre deste ano, concluiu o responsável.

Entre as principais vantagens de voltar a Portugal ao abrigo deste programa, José Albano destacou a redução de 50% em sede de rendimentos de IRS nos primeiros cinco anos, os apoios económicos e financeiros para a criação de postos de trabalho por conta própria ou por conta de outrem, o apoio monetário aos transporte de bens e mercadorias e a ajuda para custear o reconhecimento da equivalência da habilitações académicas que o emigrante tenha tirado durante a permanência noutro país.