O Papa Francisco, que está hospitalizado com uma infeção respiratória, encontra-se numa condição clínica estável e sem febre, revelou o Vaticano em comunicado, acrescentando que o líder da Igreja Católica permanecerá no hospital o "tempo que for necessário".

"O Santo Padre permanece sem febre e continua com o tratamento prescrito. As condições clínicas são estáveis", lê-se no último comunicado sobre o estado do líder religioso, que foi internado na sexta-feira no hospital Gemelli, em Roma, devido a uma infeção respiratória.

A Santa-Sé já tinha informado esta segunda-feira que foi necessário alterar o tratamento à infeção respiratória de Francisco para lidar com uma “situação clínica complexa”.

Jorge Mario Bergoglio foi internado no hospital italiano Agostino Gemelli para ser submetido a exames de diagnóstico e tratar uma bronquite.

Papa "comovido com as muitas mensagens de afeto e proximidade"

Segundo o Vaticano, o Papa disse estar "comovido com as muitas mensagens de afeto e proximidade que continua a receber nestas horas".

Francisco, de 88 anos, "recebeu a Eucaristia e depois dedicou-se a algumas atividades de trabalho e à leitura de textos", segundo a mesma fonte, que, pela primeira vez, faz referência ao trabalho do Papa desde o seu internamento.

O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, esclareceu que a alteração do tratamento não significa que o Papa tenha piorado, mas sim que a leitura dos exames realizados nos últimos dias mostraram uma avaliação mais completa da patologia.

Passado de doenças de Francisco

O Papa argentino, que teve parte de um pulmão removido após uma infeção pulmonar quando era jovem, é conhecido pelo ritmo extenuante de trabalho que mantém, apesar da sua saúde estar cada vez mais debilitada.

Usa cadeira de rodas, andarilho ou bengala por causa de problemas nos joelhos e sofre de dores no nervo ciático.

Em 2021, foi-lhe removido um pedaço (33 centímetros) do cólon e, em 2023, foi submetido a outra cirurgia para remover tecido cicatricial intestinal e reparar uma hérnia abdominal.

Quando teve um caso grave de pneumonia, em 2023, saiu do hospital ao fim de três dias e só depois reconheceu que tinha sido internado de urgência depois de se sentir fraco e com uma dor aguda no peito.

Desta vez, Francisco insistiu em terminar as suas audiências matinais de sexta-feira antes de deixar o Vaticano, embora estivesse com dificuldade em falar por sentir falta de ar.

A contínua hospitalização de Francisco já obrigou ao cancelamento de alguns eventos ligados ao Ano Santo do Vaticano e colocou outros em causa.

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Com LUSA