Nicholson, conhecida por "Mare of Easttown", "Lei e Ordem: Intenções Criminosas" e "Ally McBeal" interpreta agora Samantha Redmond, conhecida pelo nome de código Sinatra, num 'thriller' em que o presidente norte-americano é assassinado. 

"É uma chefe feminina tão complexa", considerou Julianne Nicholson. "Quanto mais personagens assim pudermos ver nas nossas casas, melhor, quero disso". 

A atriz elogiou a profundidade desta personagem feminina, que começa num ponto e termina noutro completamente diferente.

"O segundo episódio, que é todo sobre a Sinatra e a sua história, de onde veio, foi uma exploração muito bonita da vida de uma mulher", afirmou a atriz. "Nunca tinha tido a oportunidade de fazer tanto em 50 minutos", frisou, falando da transformação notável da personagem nesse episódio. 

A sua postura passa de mãe em luto angustiado a líder pragmática e por vezes cruel, embora Nicholson não considere que seja apenas uma vilã. "Gostaria de pensar que algumas pessoas vão entendê-la", disse, considerando que Sinatra oscila entre vilã e heroína, uma líder imperfeita em circunstâncias extremas. 

Nesta série, criada por Dan Fogelman ("This is Us"), Nicholson reencontra James Marsden, com quem trabalhou na série "Ally McBeal" (1997-2002). Aqui, Marsden dá corpo ao presidente Cal Bradford, que é assassinado em circunstâncias misteriosas. 

"O que adorei nos nossos personagens é que eles já se conhecem há muito tempo mas não muito bem, porque foi com o pai de Carl que a Sinatra originalmente teve uma relação", explicou a atriz. 

Nicholson também salientou o prazer de contracenar com Sterling K. Brown, que protagoniza a série no papel do agente do Serviço Secreto Xavier Collins que está encarregado de proteger o presidente. 

É entre Sinatra e Collins que se dão algumas das cenas mais dramáticas da série, nos episódios seis e sete, com um "jogo de gato e rato" que eleva uma intriga já bastante desconcertante, pelas reviravoltas constantes que Fogelman deu à história. 

Esse foi um dos aspetos mais sedutores do projeto: quando leu os argumentos dos primeiros quatro episódios, Julianne Nicholson ficou surpreendida mas convencida. 

"Não sei como, mas acreditei em cada reviravolta. Em todas as vezes senti o tapete a ser puxado mas de forma credível", salientou. "Pensei que era um mundo fascinante para explorar". 

Embora tenha muita experiência em dramas que exploram crimes e grandes revelações, Julianne Nicholson explicou que filmar esta série foi completamente diferente. "Senti que era um mundo maior, apesar de estarmos numa gruta", disse. "'Mare of Easttown' pareceu mais íntimo e 'Intenções Criminosas' mais agarrado a uma fórmula, em que sabíamos onde íamos chegar".

Em "Paradise" é tudo imprevisível, com grandes mudanças, mais riscos e ainda maiores revelações. "É muito divertido surpreender as audiências, que estão cada vez mais sofisticadas e sempre um passo à frente da história", descreveu. "Por isso, é muito bom conseguir puxar-lhes o tapete". 

A atriz está a receber bom 'feedback' pelo seu desempenho, notando que a maioria das pessoas não gosta de Sinatra e alguns na sua família confessaram que ela agora lhes mete medo. 

Ainda antes do grande final da série, onde a autoria do assassinato do presidente será revelada, a Disney anunciou a renovação de "Paradise" para uma segunda temporada, salientando o seu sucesso desde a estreia no final de janeiro. 

Para Nicholson, é uma série de puro entretenimento, que leva a audiência numa jornada imprevisível e lhes dá a grande revelação no final. "É mesmo muito satisfatório", garantiu. 

Os novos episódios saem às terças-feiras na plataforma de 'streaming' Disney+. 

 

ARYG // MAG

Lusa/Fim