A Comissão de Assuntos Constitucionais aprovou hoje, com a abstenção do Chega, IL e CDS, um texto síntese de projetos do PAN, Livre, Bloco e PCP de condenação pelo ataque a elementos da companhia de teatro "A Barraca".

PSD, PS, PCP, Livre e Bloco de Esquerda votaram a favor do texto de condenação, que não teve votos contra, mas que mesmo assim motivou um debate aceso entre deputados da Comissão de Assuntos Constitucionais.

João Almeida, do CDS, salientou que condena as agressões contra elementos dessa companhia de teatro, mas que não podia "acompanhar as adjetivações" presentes no texto, como "extrema-direita ou fascistas" para caracterizar os agressores.

Os mesmos argumentos foram repetidos pela deputada do Chega Madalena Cordeiro, que criticou que o parlamento "nada vote quando deputados do Chega são agredidos".

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, respondeu a João Almeida que extrema-direita "não é adjetivo mas nome" e que o grupo "Reconquista" é "claramente de extrema-direita".

Mariana Mortágua referiu ainda a João Almeida que o executivo municipal de Lisboa (PSD/CDS) condenou o ataque "da extrema-direita".

Pelo PSD, António Rodrigues anunciou o voto a favor por parte dos sociais-democratas e o deputado do Livre Paulo Muacho criticou quem procura fazer uma equivalência nestes caso entre "extrema-direita e extrema-esquerda".

"O PSD tenta fazer uma equivalência entre extrema-direita e extrema-esquerda, que não existe", defendeu Paulo Muacho, o que motivou reações de reprovação por parte dos deputados sociais-democratas.

O Ministério Público abriu já um inquérito para investigar a agressão contra o ator Adérito Lopes, da companhia de teatro A Barraca, no Dia de Portugal, 10 de junho.

Adérito Lopes foi agredido por um grupo de extrema-direita, em Lisboa, quando entrava para o teatro para se preparar para o espetáculo com entrada livre "Amor é fogo que arde sem se ver", de homenagem a Camões.