
O Sindicato de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) da Venezuela lançou segunda-feira uma campanha com textos e fotografias "Presos por contar a verdade -- Conhece os seus rostos e histórias" de jornalistas e trabalhadores da imprensa detidos no país.
As peças de texto e fotografias, divulgadas na sua página na Internet, arrancam com as histórias de 13 dos 20 jornalistas detidos e fazem parte da campanha "O jornalismo conta".
A ideia, segundo o SNTP, é "ir além dos números e mostrar a dimensão humana da prisão injusta, dar visibilidade aos casos de jornalistas e trabalhadores da imprensa que foram presos por informar, por exercerem o seu direito à liberdade de expressão e de opinião".
As peças foram produzidas por jornalistas conhecidos, em colaboração com o SNTP, e "documentam com rigor e sensibilidade o percurso profissional, o empenhamento social e as circunstâncias que rodearam a detenção de cada um" deles.
As histórias afirmam que "os vizinhos dos bairros de lata do litoral têm saudades de Luís López e da sua irreverência", que o estudante de comunicação social Juan Francisco Alvarado foi "preso por perseguição".
Sobre Roland Carreño explica-se que é um cronista social de grande talento e foi preso por promover a mudança na Venezuela e assinala-se que "Ramón Centeno escreve cartas ao vento a partir da prisão".
Em 04 de julho, organizações, jornalistas e trabalhadores da imprensa na Venezuela exigiram a libertação de 20 profissionais detidos e o fim da perseguição e das leis que "criminalizam a liberdade de expressão".
Em comunicado, salientaram que, "por exercerem os direitos a informar e expressar-se em liberdade, mais de 40 jornalistas e trabalhadores da imprensa estão a ser perseguidos, 20 dos quais estão detidos, 12 enfrentam medidas cautelares que os mantêm submetidos a processos infundados e outros oito sujeitos a interrogatórios ou a evitar ordens de captura, para fazer o seu trabalho na clandestinidade".
No texto, acusaram também o Estado venezuelano de "converter o jornalismo em ameaça e fazer do silêncio uma política".
Em 10 de junho, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) exigiu à Venezuela a "libertação imediata" de três jornalistas "detidos por informar" nos últimos dois meses, em "contexto de crescente repressão contra a imprensa independente".
Segundo a organização não governamental Foro Penal (FP), em 04 de julhona Venezuela estavam detidas 940 pessoas por motivos políticos, 844 homens e 96 mulheres, 771 civis e 169 militares. Entre os detidos há 936 adultos e quatro adolescentes.