"Tenho o meu próprio prazo e queremos que seja rápido", declarou Trump ao ser questionado pelos jornalistas durante um almoço de trabalho com o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, na Casa Branca.

O líder norte-americano disse acreditar que "ambos os lados querem a paz, mas precisam de se sentar à mesa", lamentando uma espera que se prolonga "há muito tempo".

Na quarta-feira, Donald Trump referiu-se a um "acordo com a Rússia" para acabar com a guerra na Ucrânia, declarando que o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem sido um entrave às negociações.

"Temos de chegar a um acordo com Zelensky, mas até agora isso tem sido mais difícil", acrescentou.

No seguimento dos ataques russos que provocaram pelo menos 12 mortos e cerca de 90 feridos na última madrugada em Kiev, o líder da Casa Branca dirigiu porém as suas críticas para o Presidente russo, Vladimir Putin.

"Não estou satisfeito com os ataques russos a Kiev. Desnecessários e inoportunos. Vladimir, basta!" escreveu na sua rede social, Truth Social.

Nas suas declarações hoje aos jornalistas, Donald Trump não respondeu se planeia impor novas sanções a Moscovo caso os bombardeamentos continuem.

Indicou, por outro lado, que os Estados Unidos estavam a colocar uma "forte pressão" sobre a Rússia para pôr fim à guerra.

Ao mesmo tempo, disse que "a Ucrânia também precisa de querer chegar a um acordo" e defendeu que a Rússia já fez "uma grande concessão" ao abdicar de controlar todo o país vizinho, numa sugestão de que pretende forçar Kiev a ceder parte do seu território.

Segundo os meios de comunicação social norte-americanos, o reconhecimento da anexação da península da Crimeia pela Rússia é uma das exigências que a Casa Branca fez a Kiev no âmbito do seu plano de paz, mas Zelensky já se pronunciou contra.

O enviado norte-americano, Steve Witkoff, é esperado em Moscovo, segundo a Casa Branca e o Kremlin mas sem indicar datas, tendo o portal Axios noticiado, citando fontes de Washington, que deverá encontrar-se com Putin na sexta-feira.

A Rússia tem fustigado a Ucrânia com intensos bombardeamentos diários desde que o Presidente ucraniano propôs no domingo a extensão da trégua que vigorou na Páscoa - declarada unilateralmente por Putin e aceite por Kiev - a um cessar-fogo de 30 dias nos ataques aéreos contra infraestruturas civis.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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