
Larissa Ferrari, advogada de 28 anos que acusou o francês Dimitri Payet, 38, de abuso, apontou de novo o dedo ao jogador do Vasco da Gama, que em declarações à polícia garantiu que todas as atividades sexuais foram consensuais e que as «bizarrias», como referiu a brasileira na denúncia, aconteceram por iniciativa dela.
«Inicialmente, até ali a janeiro, nós tínhamos relações mais intensas. Não chegava a ser sadomasoquismo, porque ele nunca me amarrou, ele nunca usou chicotes, nem nada do género. Era só mais intenso, mas não me deixava marcas, não me deixava nada», declarou Larissa ao portal Lance!.
Segundo a advogada, foi quando o jogador voltou das férias em França, no início do ano, que a relação se degradou: «Ele começou a falar sobre punições. E não se tratava mais só dos nossos momentos consensuais. Isso tornou tudo muito mais agressivo, e foi a partir desse momento que comecei a ter marcas no corpo, porque até então eu não tinha, não ficava nada marcado. A partir de janeiro, as pessoas próximas a mim sempre me questionavam em relação às marcas que eu tinha no corpo, braços, pernas.»
Payet declarou à polícia que era Larissa quem lhe pedia para ser açoitada durante o sexo e que foi ela quem propôs jogos com urina, enviando-lhe vídeos com a cabeça na sanita e a beber a própria urina. A advogada desmente. «A urina foi a partir do momento que ele me pediu provas de amor, para provar que eu gostava dele, após o episódio que ele teve de ciúmes do Paulinho, do Palmeiras, no dia 22 de janeiro. Esses vídeos que ele alega serem de forma espontânea têm as nossas conversas que demonstram bastante pressão psicológica por parte dele sobre o envio desses vídeos», disse ao Lance!.
A amante de Payet, cuja mulher e quatro filhos continuaram a viver em França quando em 2023 o jogador rumou ao Brasil, defende que o jogador conhecia o distúrbio de personalidade dela e que se aproveitou. «Sempre me senti pressionada, porque tinha medo de perdê-lo, e era uma pessoa que até então tinha demonstrado que gostava de mim. E isso, dentro do meu transtorno de borderline, acaba me ganhando, fico com medo absurdo de perder a pessoa. Sentia-me muito coagida quando estava com ele. Por exemplo, quando nós nos encontrávamos, tinha vezes que eu não queria beber, mas acabava bebendo porque me sentia pressionada», descreveu.
Larissa revela que tentou «interromper a relação somente em março» e que não houve qualquer tentativa de acordo antes de fazer a participação à polícia. «Não tentei nenhum acordo extrajudicial antes da denúncia, porque o meu interesse não é monetário. O meu interesse era de que, de facto, tudo fosse apresentado com provas juridicamente, para que tudo ocorra dentro da legalidade e que a justiça ocorra dessa forma, penal, criminal mesmo. Ainda não consegui retomar a minha rotina, ainda não consegui voltar ao Rio de Janeiro. Nunca mais fui a nenhum jogo do Vasco. Sinto-me vítima de novo, depois de tudo o que passei.»