
Numa reviravolta de cortar a respiração no Grande Prémio da República Checa, Gigi Dall’Igna, a mente estratégica por trás do sucesso da Ducati, fez o seu regresso às boxes após três anos de ausência da ronda alemã. O olhar tenso do engenheiro italiano durante a Sprint de sábado deixou antever as dificuldades de pressão dos pneus enfrentadas pelos pilotos oficiais da marca. Apesar da vitória excecional de Marc Márquez, o balanço emocional de Dall’Igna foi uma mistura de satisfação e inquietação, com apenas duas Ducati no top 10, sinal claro de que há margem para melhorar.
Em entrevista à cadeia televisiva Sky Italia, Dall’Igna foi direto: os rivais estão a crescer, e a Ducati não pode dar-se ao luxo de “levantar o pé”. Enfatizou que é tempo de retomar o foco técnico, em vez de aproveitar qualquer pausa para relaxar. A marca de Borgo Panigale encontra-se no nível mais restritivo da grelha de concessões (slot A), com limitações significativas no desenvolvimento — mas continua a compensar com presença forte em pista e consistência competitiva.
À medida que a época avança, Dall’Igna reconhece o encurtar da distância para as equipas rivais e apela a uma revisão estratégica, para que a Ducati continue a liderar o pelotão. Apesar do desempenho notável na primeira metade da temporada, o diretor de competição acredita que chegou o momento de procurar soluções superiores, com vista a enfrentar os desafios das próximas rondas.
Dall’Igna também abordou o debate interno sobre a performance da atual Desmosedici GP25, que tem mostrado resultados mais consistentes com Francesco Bagnaia. O campeão em título brilhou com uma pole position dominante e um ritmo competitivo em corrida, indicando um trajeto positivo para o futuro da equipa. Ainda assim, persistem desafios técnicos, nomeadamente discrepâncias na leitura da pressão dos pneus durante o fim de semana de Brno.
O engenheiro italiano reconheceu a existência de falhas técnicas no sistema de monitorização da pressão e garantiu que a Ducati está a trabalhar para corrigir o problema, assegurando condições mais estáveis e previsíveis para os seus pilotos.
Com os olhos postos em 2026, Dall’Igna manteve o mistério em torno das especificações do novo motor, deixando no ar dúvidas e teorias entre fãs e analistas. A gestão das regulamentações técnicas e a capacidade de extrair o máximo da moto continuam a ser elementos cruciais na busca da Ducati pela supremacia em pista.
À medida que se desenrola o próximo capítulo da jornada da Ducati no MotoGP, a pressão sobre Dall’Igna e a sua equipa cresce. Entre desafios internos, avanços técnicos e adversários cada vez mais próximos, a marca italiana prepara-se para acelerar rumo a uma nova fase — onde o único destino aceitável é a vitória.
Fiquem atentos, porque a corrida pela glória está longe de terminada — e em Borgo Panigale, o motor continua a rugir com ambição.