O selecionador nacional Francisco Neto não escondeu a frustração no final do jogo com a Bélgica, assumindo a responsabilidade pela eliminação do Europeu.

"Na Federação, sempre que acaba uma fase final, fazemos uma reflexão profunda, concluímos o que é o projeto para o futuro e desta vez não será exceção. É assim que gosto de trabalhar, acho que faz sentido e olhamos sempre em ciclo de dois anos. Acabou um, vai começar outro. Por isso, temos tempo para fazer essa reflexão. Quero ser sempre parte da solução, nunca do problema", salientou no final do jogo, notando: "Foi um Europeu ao nível das nossas exibições e competitividade e em crescendo. Não começámos bem, mas crescemos no equilíbrio defensivo e na criação de oportunidades. Ao mesmo tempo, os erros penalizaram-nos muito. Cometemos alguns erros individuais e coletivos e isso intranquilizou-nos. Sofremos golos demasiado cedo para competir a este nível e o responsável disso sou sempre eu."

Entrega intocável

Apesar do afastamento da prova, Neto elogiou as jogadoras pela atitude diante das belgas. "Queriam mais, foram ambiciosas, tiveram a coragem de acreditarem que podiam fazer algo mais. O mérito é todo delas pelo legado que temos deixado. Pelo que fizemos e pela coragem com que nos afirmámos. Quando não corre bem, é normal que as críticas apareçam, mas também é sinal que nos propusemos a coisas que há 11 anos ninguém fazia", salientou, acrescentando: "Muito orgulho pela forma como se entregaram e pela dedicação. A tristeza que sentem é da mesma dimensão da entrega. Deram tudo, nalguns momentos não fomos competentes, mas na entrega ninguém pode tocar".