Logo após o Sporting ter colocado o carimbo na presença na final Taça de Portugal, no Jamor, frente a Benfica ou Tirsense, a 25 de maio, Frederico Varandas, presidente dos leões, fez a radiografia à época do leão, deixando uma mensagem de claro orgulho no plantel e na equipa técnica liderada por Rui Borges.

«Depois de nos qualificarmos para mais uma final, queria deixar uma palavra aos jogadores e equipa técnica. No ano passado fizemos uma das melhores épocas da nossa história, mas tenho de confessar que, nesta, algo superou a anterior: a minha admiração por aquilo que os jogadores têm feito numa das épocas mais imprevisíveis que aconteceram num Sporting muito bem organizado e preparado. Para além das saídas, a perda de Nuno Santos e Pote com lesões graves... Em janeiro, quando muito se falava que teríamos de nos readaptar a um novo treinador e preparar o plantel da melhor forma, fomos buscar um guarda-redes, um extremo e diziam que tínhamos de contratar laterais por causa da maneira de defender deste treinador e demos resposta. A estrutura confiou no Fresneda e, afinal, já não era preciso um lateral-direito. Quando chegámos a metade da época, perdemos quatro médios: Morita com lesão muscular, entorse do Hjulmand e Daniel Bragança e João Simões de fora para o resto da época. De repente, ficámos sem um único médio!», lembrou o presidente no início de uma longa intervenção.

«Sei que, muitas vezes, só analisamos a qualidade do jogo, fazemos as comparações com o passado, mas, num rápido exercício, posso dizer que, nos últimos dois meses, só por uma vez o Sporting teve dois médios disponíveis para o jogo. Teve três jogos onde não havia um único médio disponível e, em todos outros, teve apenas um médio em cinco disponível. Chegámos a ter 9, 10, 11 lesionados! E, mesmo assim, com tudo isto, o Sporting entra para as últimas quatro jornadas na liderança e apurado para a final da Taça. Olhando para trás, hoje tenho de dizer, de forma racional, que o Sporting competiu a 70% das suas capacidades. Perdemos a liderança por duas vezes e fomos buscá-la de volta noutras duas, somos o melhor ataque, melhor defesa, temos o melhor marcador. Aconteça o que acontecer, não consigo ter mais admiração por estes jogadores», continuou, recordando alguns casos de jogadores que atuaram nos limites físicos em prol da equipa.

«Só este grupo sabe o que passou nestes meses. Na primeira parte do jogo com o Santa Clara, o Trincão fratura a mão, devia ter saído, mas não saiu, sabe que a equipa precisa dele. O Hjulmand tem jogado com duas pequenas lesões, perdemos o Gyokeres durante um mês e algumas semanas esteve a jogar de forma que ninguém perceberia como era possível. Jogava lesionado, mas não tínhamos médios e ele sacrificou-se. O Nuno Santos está a 'matar-se' porque tem o sonho de ir à final da Taça, mas não vai dar, o Pote está a tentar fazer uma pré-época em duas semanas... Tenho de reconhecer que, perante todas estas adversidades, é de realçar esta cultura desportiva que temos. Um dia a lamentar-nos é um dia perdido na vida e neste clube reage-se à adversidade a lutar e estes jogadores têm lutado de uma forma que eu não consigo encontrar paralelo.»

Na declaração aos jornalistas, Frederico Varandas destacou ainda o trabalho de Rui Borges perante a 'razia' de que o plantel foi alvo ao longo dos últimos meses.

«Temos um treinador e sabemos exatamente qual é a ideia de jogo dele e, inteligentemente, adapta-se. Tivemos de jogar com Eduardo Felicíssimo, José Silva, Lucas Anjos, Alexandre Brito, Kauã... O Sporting já jogou com 37 jogadores, estou no futebol desde 2007 e não tenho memória de algo assim.  O Sporting de há poucas épocas para cá nestes momentos caía, mas este Sporting não só não cai como se agarra lá na frente», atirou, confiante, antes de finalizar com um apelo aos adeptos para os últimos cinco jogos de 2024/25.

Os nossos jogadores vão ter de continuar a jogar lesionados e acreditem que pesa muito ter uma multidão atrás, seja nas ruas, nos autocarros, nas chegadas aos estádios, em campos adversários... Vocês nem imaginam a força que isso dá aos nossos jogadores. Aos nossos adeptos, ajudem, empurrem os nossos jogadores, lutem com eles, levantem-nos quando for preciso, lutem como campeões nacionais porque eles lutam como campeões nacionais!»