Na entrevista que concedeu à RTP, um dos temas abordados por Morten Hjulmand foi a curta passagem de João Pereira pela equipa do Sporting, imediatamente após a saída de Ruben Amorim para o Manchester United, e antes da entrada de Rui Borges, treinador que conduziu depois os leões ao bicampeonato.

Em oito jogos, o antigo internacional português somou apenas duas vitórias, sendo que venceu apenas uma das quatro partidas na Liga, o que fez a equipa desperdiçar a vantagem que tinha na liderança.

Hjulmand viveu esse período delicado e tentou apontar algumas razões que podem ter contribuído para o que sucedeu.

«João Pereira tinha muito boas ideias, muito semelhante a Amorim. Sei que ele continua a jogar nesse sistema na Turquia. Mas tínhamos tido um treinador com ideias muito fixas e de sucesso durante quatro ou cinco anos», apontou.

«Além disso, no período em que o João Pereira esteve, também perdeu muitos jogadores chave da equipa por lesão: Pote, Nuno Santos, Morita, Inácio», enumerou ainda, não descartando também a culpa dos atletas. «Nós jogadores também temos de assumir as responsabilidades pelo que aconteceu. E eu como capitão ainda mais».

Porém, o próprio médio dinamarquês não consegue apontar claramente as razões para o falhanço do jovem treinador, que viveu algo que, defende, é comum no futebol. E até dá o caso de um gigante que viveu uma situação semelhante.

«É difícil explicar o que aconteceu. Mas mais ou menos na mesma altura, passou-se o mesmo com o Manchester City. A equipa de Guardiola! Foram campeões quatro anos seguidos e de repente parecia que não ganhavam a ninguém. Isso acontece a muitas equipas».

Já sobre Rui Borges, mais do que questões táticas, o capitão leonino aponta claramente o mais importante que o treinador deu à equipa foi... calma.

«Ele é uma pessoa muito calma e trouxe isso para os jogadores, o que foi uma grande ajuda para nós. Quando ele entrou, nem tivemos tempo para treinar. E tínhamos de ganhar ao Benfica no jogo seguinte e ele ajudou-nos muito logo desde aí», elogiou.