"É uma situação natural quando os objetivos são conseguidos, quando há bons resultados. Mas, acima de tudo, quando a equipa joga de uma forma que reconhecem qualidade e que há claramente uma evolução quer dos jogadores, quer do próprio clube", explicou o técnico, à margem do fórum da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF), que finda hoje, no Centro de Desportos e Congressos de Matosinhos.

O treinador lembrou que tem ainda "mais um ano de contrato" com o atual oitavo classificado do campeonato inglês, com os mesmos 45 pontos do Aston Villa, e diz-se totalmente comprometido ao serviço dos 'cottagers'.

"Não é a primeira vez que acontece. Acho que faz parte do negócio que é o futebol. Infelizmente, ou felizmente, quando algum treinador não está bem, começa-se a falar de outros treinadores, faz parte. Já passei pelo mesmo, quer num sentido, quer noutro. O meu trabalho e o meu foco é o presente, neste momento, e isto não altera absolutamente nada", garantiu.

Com o objetivo de garantir uma vaga na primeira metade da tabela da Premier League e após ter vencido o Tottenham na ronda 29, Marco Silva refletiu sobre o estatuto que o clube que promoveu ao principal escalão, em 2021/22, tem atingido.

"Tem sido mais uma temporada excelente a todos os níveis, a colocar o clube num patamar a que nos últimos 15, 20 anos não esteve de todo habituado. E esse é o objetivo no momento. Tenho mais de um ano de contrato com o clube", frisou. 

Porém, não descarta um futuro regresso ao futebol português, do qual saiu na temporada 2015/16, depois de ter orientado o Sporting.

"Nunca seria visto como um passo atrás. Tive algumas decisões que tomei ao longo da minha carreira, algumas delas com algum risco e nunca as vi dessa forma. Se alguma vez tiver de acontecer, seja o futebol português ou outro campeonato qualquer, será sempre consciente que é o melhor no momento", explicou.

Em Inglaterra, antes do clube londrino, já havia representado Hull (2016/17), Watford (2017/18) e Everton (2018/19), precedidas do título de campeão grego pelo Olympiacos (2015/16).

"São 10 anos, já é muito tempo. Parece pouco, mas realmente são muitos anos, estando num país como a Inglaterra, com um futebol tão competitivo, é muito complicado. Mas, felizmente, tem sido um prazer e um orgulho enorme. Houve, naturalmente, uma enorme evolução da nossa equipa técnica", refletiu.

O treinador ainda se pronunciou sobre a gravosa suspensão de nove meses ao colega Paulo Fonseca, técnico do Lyon, depois de intimidar um árbitro num jogo da Liga francesa, uma penalização que considera exagerada.

"Enviei uma mensagem normal de apoio. Não que o Paulo precisasse, tem a maturidade e a experiência suficiente para lidar com todo este momento. Muito, muito satisfeito de perceber que a equipa continua a ter bons resultados. Isso é o que me deixa satisfeito, acho que demonstra a qualidade que ele tem", analisou.

 

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