

O rumor de Max Verstappen ir para a Mercedes não é recente. Antes de tornar-se campeão mundial, o neerlandês esteve no radar da equipa chefiada por Toto Wolff, mas Verstappen manteve-se sempre fiel à Red Bull e em 2022 renovou o seu contrato até 2028. Contudo, a sua permanência não está garantida.
Em Milton Keynes vive-se num ambiente de instabilidade. A mais recente bomba da Fórmula 1 é o despedimento de Christian Horner. O britânico foi o chefe de equipa da Red Bull desde 2005, o ano de estreia na competição. Os maus desempenhos do RB21, a falta de competitividade da equipa na segunda metade da temporada passada e os diversos conflitos internos são algumas razões que levaram ao seu despedimento.
Após 124 vitórias em Grandes Prémios, 107 pole positions, 287 subidas ao pódio, oito campeonatos de pilotos e seis campeonatos de construtores, Horner deixa a equipa austríaca. Laurent Mekies, antigo chefe de equipa da Racing Bulls, será o seu sucessor.
Este despedimento inesperado fez com que uma grande questão pairasse no paddock. Verstappen estava do lado de Horner ou não? A resposta a esta pergunta, certamente, só será respondida no final desta temporada, mas só existem duas opções, de momento.
A primeira é Verstappen sair e ir para Mercedes, porque não está contente com o novo rumo que a Red Bull quer tomar, mostrando assim que estava do lado de Christian Horner. A segunda opção é ficar na Red Bull, assumindo que Horner era um entrave à sua continuidade.
Obviamente, que isto são só meras especulações, mas isto torna-se muito mais interessante quando o tetracampeão mundial de F1 e um dos melhores automobilistas de sempre está envolvido.
2025 não tem sido um ano nada positivo para a Red Bull. Antes da temporada começar, peças cruciais da equipa já tinham saltado fora, como Adrian Newey, para a Aston Martin, e Jonathan Wheatley, para a Sauber. O carro não é nada competitivo e chegamos ao meio da época e, atualmente, a Red Bull é apenas a quarta melhor equipa. Algo que ninguém acreditaria em 2023, onde o RB19 era uma autêntica máquina demolidora.
A temporada também não tem corrido bem a Verstappen. Somente, duas vitórias, no Japão e em Emilia Romagna, e, atualmente, é o terceiro classificado no campeonato de pilotos com 165 pontos, bastante atrás dos 234 de Oscar Piastri e dos 226 de Lando Norris.
Inconsistência é a palavra que define esta primeira parte da temporada do neerlandês. Tem corridas em que termina no pódio, mas nas seguintes está a competir com equipas do segundo pelotão. Uma meia época bastante irregular e que lhe pode impossibilitar a conquista do quinto campeonato consecutivo.
O GP da Grã-Bretanha, da semana passada, resume muito bem como tem sido a vida de Verstappen com o RB21. Nos treinos livres, de sexta-feira, queixava-se ao seu engenheiro de corrida, Gianpiero Lambiase, que o monolugar era incontrolável. Na qualificação, foi o mais rápido e conquistou a sua quarta pole position da temporada. Contudo, a corrida foi um desastre e foi o quinto a cruzar a linha de meta.
A qualidade de Verstappen não se perdeu, mas esta não se consegue aliar ao carro número um. E se nem um piloto desta categoria consegue extrair ao máximo o seu potencial, imaginem as dificuldades de Liam Lawson ou Yuki Tsunoda que tiveram e têm. A posição de segundo piloto da Red Bull parece um cemitério de pilotos. Além do neozelandês e do nipónico, por lá passaram Pierre Gasly, Alex Albon e Sergio Pérez.
Nenhum destes pilotos conseguiu chegar perto dos calcanhares de Verstappen e Lawson foi a mais recente vítima. Na sua época de estreia, o piloto de 23 anos, agora da Racing Bulls, só durou duas corridas. Tsunoda foi o seu substituto, mas a vida também não lhe tem corrido na perfeição.
Toto Wolff deve estar a esfregar as mãos com o caos que se instalou em Milton Keynes. O alemão, recentemente, admitiu o interesse em Verstappen e gostaria de ter o campeão mundial na sua equipa. O contrato de George Russell termina no final deste ano, mas Wolff não refuta a continuidade do britânico.
Assim sendo, a Mercedes poderia ter a melhor dupla de pilotos do grid. Mas surge outro problema que é: O que acontece com Kimi Antonelli? O jovem prodígio italiano ficaria sem o seu lugar na Mercedes, mas continuaria na F1 a correr numa das equipas satélites da marca alemã? Esta pode ser uma das possibilidades ou até mesmo ele ser o companheiro de Verstappen e Russell ir para outra equipa.
Verstappen, em Silverstone, não negou se tinha conversado com Toto Wolff, afirmou apenas que estava focado em fazer upgrades ao carro. Mas, esses upgrades não vão existir no RB21. A Red Bull confirmou que, a partir de agora, o foco está virado para o monolugar do próximo ano.
Em 2026, vamos ter novos regulamentos, principalmente, a nível do motor. A proporção do desempenho total do motor fornecida pelos componentes elétricos vai ser aumentada para 50%. A Red Bull tem o seu próprio motor, mas com as performances mais recentes Verstappen poderá querer experimentar um motor de uma equipa mais experiente, sendo o caso da Mercedes.
Uma ida de Verstappen para a Mercedes não vai ser fácil. A equipa de Brackley estaria disposta a pagar o seu salário que, em teoria, ronda os 75 milhões de euros ou até Verstappen reduzir o seu salário significativamente. Esta parte é muito importante, porque a Red Bull como é uma empresa privada não precisa de divulgar os seus gastos. Ao contrário da Mercedes, que é uma entidade corporativa e precisa de justificar os salários dos seus pilotos. Acredito que o futuro de Max Verstappen nunca esteve tão incerto como agora. Se Verstappen sair para a Mercedes, podemos ter uma troca pilotos com o mesmo impacto do que a do Lewis Hamilton para a Ferrari. Mas desta vez, a Mercedes sairia a ganhar. Temos de esperar pelos próximos capítulos para ver como esta história entre Verstappen, a Red Bull e a Mercedes termina.