
O Lusitano de Évora venceu o Vitória SC B na final do Campeonato de Portugal. Pedro Russiano analisou a vitória nos penáltis.
O Lusitano de Évora venceu a final do Campeonato de Portugal ao derrotar o Vitória SC nos penáltis por 3-1, após um empate por 1-1 nos 90 e 120 minutos. Pedro Russiano, técnico da formação alentejana, analisou o encontro e respondeu à questão do Bola na Rede.
Lê AQUI a pergunta a Gil Lameiras, técnico da equipa B vitoriana.
Bola na Rede: Vimos hoje um Lusitano de Évora extremamente camaleónico em campo, capaz de defender mais alto ou mais baixo e de sair a jogar de forma mais curta ou com um futebol mais direto. Sente que foi esta versatilidade que aplicou ao jogo do Lusitano que permitiu a esta época terminar com um final feliz?
Pedro Russiano: Bem visto. Naquilo que era a nossa organização defensiva, foi um bocadinho por aí que não conseguimos contrariar aquilo que foi a construção do adversário. Por norma, nunca lhes dou uma receita, pressiono alto com um médio interior ou um extremo a saltar no central para direcionar a pressão para um dos lados. O que aconteceu foi que os nossos jogadores fixaram-se sempre numa opção e o Vitória SC conseguiu sair dessa pressão, principalmente nos primeiros minutos. Com o decorrer do jogo começámos a pressionar melhor, com essa variabilidade da pressão, com o Batista a crescer, e a ganhar bolas mais altas e aumentar a intranquilidade do adversário. Essa forma camaleónica trabalha-se no que é feito sem bola. Nos primeiros minutos o Vitória conseguiu ser superior a nós, mas com o decorrer do jogo começámos a retirar mais bola ao adversário. Foi um golo à João Pinto. O meu mister fazia muitos golos destes, cruzava e a bola entrava na baliza. Tiveram alguma sorte naquilo que foi o golo, mas depois a equipa equilibrou e esse é o segredo da nossa equipa. Equilibrou-se e reorganizou o processo ofensivo, com muitas saídas do João Pinto [lateral esquerdo] por dentro, a criar superioridade e a pôr o adversário intranquilo. Chegámos ao empate e depois é aquilo que define as nossas equipas. Não temos banheiras de gelo ou 10 massagistas para recuperar jogadores, mas temos uma alma e uma equipa técnica que trabalha de forma intensa. Fisicamente fomos muito superiores ao adversário e ganham-se muitos jogos assim. Há muita técnica, muita estratégia, os jogadores têm de estar bem fisicamente – no corpo e mental. No cérebro fomos muito fortes e superiores no prolongamento. Podíamos ter resolvido, não resolvemos e fizemos o que temos feito, com o Académico de Viseu e o Estoril. Ganhámos nos penáltis. Os penáltis treinam-se. O Duarte [Martins], às vezes temos de o tirar da baliza porque faz buracos e tenho o Rui da relva a dizer “Estás sempre a rebentar com os campos”. É o segredo dele: é treinar. É o segredo para todos, para a parte física e para a parte estratégica. Quem treina mais tem mais sucesso e o Duarte merece essa distinção de melhor jogador.