«Qual é a equipa que sobe para o ano»? Essa é uma pergunta que Marcos Pinto tem ouvido desde que foi confirmada a sua saída do Grupo Desportivo de Resende, que conseguiu o inédito título da Divisão de Honra da Associação de Futebol de Viseu em 96 anos de história e vai jogar no Campeonato de Portugal em 2025/2026.   

O defesa-central, de 34 anos, alcançou três subidas aos nacionais nos últimos três clubes que representou: Alpendorada (2021/2022), Cinfães (2023/2024) e Resende (2024/2025). Só não conquistou o título distrital em 2022/2023, quando o Cinfães ficou em segundo na Divisão de Honra da AF Viseu, atrás do Lamelas.  

Marcos Pinto não vai continuar em Resende na próxima temporada.

«Ao longo dos anos o que eu tenho vindo a fazer encontrar sempre um projeto que vá de encontro àquilo que eu procuro e ambiciono. Graças a Deus tem aparecido ou pelo menos tenho acertado nas escolhas. Este ano eu gostava de voltar a fazer uma aposta certeira», confessou, em conversa com A BOLA.

O segredo é não haver precipitação na hora de escolher um novo clube, mas não só.  

«Acho importante haver um conjunto de fatores para se conseguir ser campeão. No que diz respeito ao trabalho da direção, tem que cumprir com as suas obrigações e proporcionar as melhores condições possíveis. Tem que haver um grupo de homens, com valores, qualidade, competitivos e com muita ambição. Independentemente do contexto em que estamos inseridos, temos objetivos e sonhos que queremos concretizar. E nestes projetos que eu tenho escolhido, isso está muito presente: ambição, a vontade de triunfar, de querer ganhar, muita fome de vencer. Isso é possível com homens, porque se não tiveres homens as coisas não fluem. Nos últimos anos tenho tido a felicidade de encontrar isso. As coisas têm corrido bem», comentou, falando das últimas temporadas ao serviço de Alpendorada, Cinfães e Resende.

«No primeiro ano no Alpendorada perdemos a final da Taça [da AF Porto]. Subimos no segundo ano. No primeiro ano em Cinfães não ganhámos o campeonato, mas ganhámos a Taça [Sócios de Mérito da AF Viseu]. No primeiro ano em Resende conseguimos subir e ganhar a Supertaça [da AF Viseu]. Infelizmente não conseguimos ganhar a Taça [Sócios de Mérito da AF Viseu]. Não há nada mais importante que cumprir esse objetivo [da subida] e deixar aquela gente de Resende feliz, porque é histórico. Estas conquistas nunca mais são esquecidas, nem apagadas do historial dos clubes», disse o defesa-central, que é natural de Amarante.

«Eu tanto posso jogar a 10km como a 50km de casa. Tenho é de sentir que é um clube que vai de encontro àquilo que procuro. Sou de Amarante e todos os anos me aparecem projetos para jogar mais perto de casa, mas tenho feito outras escolhas e não me arrependo porque tem corrido bem. Alpendorada, Cinfães e Resende não são viagens propriamente perto, ao final do dia perdemos bastante tempo na estrada. Claro que muitas vezes a base de recrutamento destes clubes são jogadores da região e ver os melhores atletas que se enquadram no perfil que o clube procura. Alguns clubes até podem aumentar a base de recrutamento oferecendo alojamento, mas a maior parte não tem essa capacidade», referiu.

Marcos Pinto revelou ainda que «subir de divisão obriga a uma exigência» que a sua vida pessoal e profissional já não lhe permite. O defesa-central fechou a época 2024/2025 com 28 jogos pelo Resende.