
A família do MotoGP foi abalada na semana passada pela trágica perda de Borja Gómez, um promissor piloto espanhol de apenas 20 anos, que já começava a afirmar-se no panorama europeu. Gómez faleceu no dia 3 de julho, durante uma sessão de testes do Campeonato Europeu de Superstock, em Magny-Cours, onde liderava a classificação geral. O acidente chocou fãs, equipas e colegas de pista.
As emoções estiveram à flor da pele na conferência de imprensa que antecedeu o Grande Prémio da Alemanha, onde o seu amigo e companheiro de paddock, Pedro Acosta, mal conseguiu conter as lágrimas ao falar com os jornalistas. O bicampeão mundial, atualmente ao serviço da Red Bull KTM, descreveu o momento em que soube da notícia como “surreal” e criticou fortemente a decisão de prosseguir com o fim de semana de corrida do ESTK apenas horas depois do acidente fatal.
Acosta classificou essa decisão como “a coisa mais desrespeitosa que já vi”, apelando às entidades responsáveis para que coloquem a vida humana acima de qualquer troféu. Desafiou os dirigentes a refletirem sobre as suas verdadeiras prioridades, lembrando que nenhuma bandeira de campeão vale mais do que a segurança e a dignidade dos pilotos que arriscam tudo em pista.
Ao falar sobre a sua ligação com Gómez, Acosta emocionou a sala ao mostrar a profundidade da dor que se sente dentro da comunidade do motociclismo perante uma perda destas. Pediu aos responsáveis que valorizem o lado humano deste desporto, tomando decisões que reflitam compaixão e respeito básico pela vida.
Agora, enquanto a comunidade MotoGP chora a perda de um jovem talento cheio de futuro, a mensagem de Pedro Acosta ressoa com uma verdade simples mas poderosa: a vida é frágil, e todos os envolvidos no desporto têm o dever de a proteger. Após esta tragédia, pilotos, equipas e organizadores devem olhar de forma séria para o verdadeiro custo da competição — e garantir que a segurança esteja sempre acima do espetáculo.