
O tenista sérvio Novak Djokovic defrontará, na primeira ronda do torneio de Wimbledon, o francês Alexandre Muller, atualmente o 40.º jogador do mundo. Os dois já se encontraram uma vez, no US Open há dois anos, com vitória para Djokovic por 3-0.
Em Wimbledon, que decorre até 13 de julho, Novak Djokovic defende o título de vice-campeão, conquistado no ano passado após a derrota na final frente a Carlos Alcaraz por 0-3.
Novak Djokovic conversou este sábado com os jornalistas antes do início do torneio e, à primeira pergunta sobre se estava feliz por voltar a Wimbledon, respondeu:
«É uma sensação fantástica estar de volta. Adoro Wimbledon. Sempre adorei. Sempre sonhei jogar no Court Central e conquistá-lo. Penso que nas últimas seis edições joguei seis finais. Por uma ou mais razões, jogo sempre muito bem aqui, talvez seja o Grand Slam onde sou mais consistente nos últimos dez anos. Isso está definitivamente ligado à ligação emocional e mental que tenho com Wimbledon desde as fases iniciais da minha carreira no ténis, quando, como disse, sempre sonhei em vencer aqui. Quando chego aqui, sinto uma inspiração extra para jogar o meu melhor ténis. Todos conhecemos a tradição, o legado e a cultura deste torneio maravilhoso, que a cultiva há tantos anos. É impressionante cada vez que se entra aqui. Sente-se a beleza da tradição», comentou.
No recente Roland Garros, Novak falou sobre a possibilidade de aquela ter sido a sua última participação no torneio. Os jornalistas quiseram saber se este seria o seu "último tango" em Wimbledon, aos 38 anos.
Se poderia ser o meu último tango? Não sei. O mesmo se aplica ao Roland Garros ou a qualquer outro Grand Slam que eu venha a jogar. Quero jogar por mais alguns anos. Gostaria de estar saudável, física e mentalmente motivado para continuar a jogar ao mais alto nível. Esse é o objetivo, mas nesta fase nunca se sabe. E sim, provavelmente concordaria que Wimbledon é a minha melhor chance, devido aos resultados que obtive aqui e à forma como me sinto e jogo aqui. Sinto esse impulso mental e motivação extra para jogar o meu melhor ténis», respondeu, ele que já ganhou em Londres por sete vezes, em 2011, 2014, 2015, 2018, 2019, 2021 e 2022.
Quero jogar por mais alguns anos. Gostaria de estar saudável, física e mentalmente motivado para continuar a jogar ao mais alto nível. Esse é o objetivo, mas nesta fase nunca se sabe
Djokovic falou ainda sobre os momentos de derrota, em que por vezes um desportista não consegue ser tão polido como desejaria, como aconteceu recentemente em Roland Garros com Aryna Sabalenka, que perdeu na final para Coco Gauff.
«No final do dia, somos todos humanos que lidam com emoções difíceis imediatamente após perder um grande jogo, como aconteceu na final que ela jogou contra a Coco Gauff. Quando se está sob tanta pressão emocional, o sangue ferve. Nem sempre é fácil reprimir isso e colocar a diplomacia em primeiro lugar, embora eu ache importante reconhecer e mostrar respeito pelo sucesso do adversário que acabou de nos derrotar. Vi o que ela disse e tudo o mais. No final, ela esclareceu. Essas coisas acontecem. Talvez ela tenha dito da forma errada na altura, mas não teve a intenção de ofender a Coco. Na maioria das vezes que joguei finais de Grand Slam nos últimos 20 anos, a maioria dos meus jogos foi muito correta e respeitosa de ambos os lados, quer eu ganhasse ou perdesse. Acho que o ténis, nesse sentido, é um ótimo exemplo em comparação com outros desportos. Na verdade, descobri recentemente que o ténis é o único desporto em que o finalista vencido permanece na cerimónia de entrega de prémios e tem a oportunidade de dizer algo. Isso diz muito sobre o espírito desportivo. Eu também gosto disso porque, como finalista, tens a oportunidade de homenagear o teu adversário, mas também de agradecer a todos os envolvidos na organização do torneio. Há milhares de pessoas lá, muitos voluntários que amam Wimbledon, o ténis e graças aos quais podemos jogar aqui. É fácil? É natural? Não, absolutamente não. Aprendes a desenvolver um mecanismo para reprimir essas emoções porque é mais importante reconhecer, ser digno e grato por fazer parte do torneio. Claro, quando entras no balneário, tens de libertar essas emoções e processá-las à tua maneira. Isso depende da pessoa. Para alguns, passa em algumas horas, para outros, em um dia, e para outros permanece por muito tempo após uma derrota difícil», avaliou, e deu o exemplo ainda da final masculina.
«Por exemplo, Sinner e Alcaraz jogaram cinco horas e meia, Sinner teve três match points e perdeu. Ele poderia ter ficado amargo, mas foi digno no seu discurso e na semana seguinte jogou um bom torneio. Ele está aqui, segue em frente. Acho que isso envia a mensagem certa. A rivalidade deles e o respeito mútuo - é lindo de se ver», comentou.
A mudança de Novak Djokovic para a Grécia tem sido um dos assuntos mais comentados nas últimas semanas. Questionado sobre se isso iria acontecer, Novak respondeu: «Ainda não. Há muita especulação (risos). Estive lá com a minha mulher porque não ia à Grécia há anos. Encontrámo-nos com o primeiro-ministro, vimos alguns amigos. Foram mais férias para nós. A escola que visitámos está ligada à nossa fundação. Há muita especulação, mas por enquanto não. Quem sabe o que o futuro reserva... Talvez, possa acontecer.»