
O banco italiano Monte dei Paschi di Siena (MPS) vai reunir nesta quinta-feira os acionistas para aprovar a emissão de ações que visam financiar a compra do rival Mediobanca. Neste sentido, o Banco BPM e a Anima Holding, acionistas do MPS, anunciaram o seu voto a favor. Estas duas empresas possuem, em conjunto, 9% do capital do banco mais antigo do mundo. 5% pertencem ao BPM e 4% à Anima Holding.
Este avanço surge após a decisão, no mesmo sentido, do fundo Norges Bank Investment Management (NBIM), que detém uma posição de 2,6%, segundo a Agência Reuters. O fundo norueguês possui ainda 1,45% do Mediobanca. Na mesma altura que o NBIM, também o Canada Pension Plan (CPP) anunciou o seu sentido de voto, sendo neste caso contrário à emissão de ações. O CPP detém 0,7% do MPS.
Recorde-se que o MPS foi resgatado pelo estado italiano em 2017, tendo este ficado com uma posição de 67% no banco. Entretanto, o estado tem vindo a reduzir a sua participação, detendo agora 11,7%. O governo italiano já veio mostrar também o seu apoio a esta operação, que, entretanto, foi aprovada pelo próprio e também pelo Banco Central Europeu.
A Reuters relembra que a assembleia de acionistas é incerta pelas dezenas de fundos internacionais que investiram no banco à medida que o estado italiano vendeu as suas ações. A ISS aconselhou os acionistas a rejeitar este negócio, alegando que tem “pouca margem de erro”. Por outro lado, a Glass Lewis indicou que deve haver uma aprovação da emissão por parte dos acionistas, argumentando que o historial do CEO do MPS, Luigi Lovaglio, é uma “garantia” do sucesso do negócio.
O MPS lançou a sua oferta sobre o Mediobanca em janeiro, oferecendo um valor de 13,3 mil milhões de euros pelo banco de investimento sediado em Milão. O Mediobanca rejeitou desde o início a oferta, considerando-a “destrutiva”.