
As ações do UniCredit e do banco BPM dispararam em bolsa nesta terça-feira depois de a agência Bloomberg ter noticiado que a Comissão Europeia (CE) vai avisar o governo italiano para retirar as condições impostas para o sucesso da operação pública de aquisição (OPA) lançada pela instituição que teve origem em Génova.
Segundo a mesma agência, os reguladores da União Europeia (UE) emitirão em breve uma recomendação formal no sentido de avisar o executivo de Giorgia Meloni que, de acordo com os regulamentos da UE, apenas Bruxelas tem poder para impor condições para o sucesso do negócio.
Os contornos da decisão deverão ser conhecidos nos próximos dias, mas a Bloomberg refere que vão no sentido de o governo de Roma remover todas as condições impostas para a concretização do negócio. Se tal não acontecer, a UE pode iniciar um processo de infração contra Itália por violação do direito comunitário.
Esta decisão terá também implicações em Espanha. O BBVA lançou uma OPA sobre o Sabadell e o governo de Pedro Sánchez colocou uma série de condições para que o negócio fosse avante. Uma delas é que ambas as instituições financeiras permaneçam separadas durante três anos, após a concretização do negócio.
Esta interferência do governo espanhol mereceu a mesma posição da Comissão, que avisou o executivo espanhol que não pode bloquear a OPA, que já recebeu ‘luz verde’ da Comissão Nacional dos Mercados e da Concorrência (CNMC) e do Banco Central Europeu (BCE). Decorrem ainda negociações entre o executivo de Sánchez e Bruxelas.
Olof Gill, porta-voz da Comissão Europeia para os serviços financeiros, já disse publicamente que não existem particulares razões para bloquear um acordo que cumpra as normas em matéria de riscos e de concorrência.