
A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, garantiu nesta quinta-feira que tenciona levar o seu mandato à frente do regulador europeu até ao fim. A continuação de Lagarde à frente do BCE foi posta em causa recentemente pelo anterior líder e fundador do Fórum Económico Mundial, Klaus Schwab, que revelou ao Financial Times que havia um plano para que a presidente do supervisor bancário tomasse o seu cargo no início de 2027.
“Posso dizer-vos com toda a firmeza que sempre estive, e estou, totalmente determinada a cumprir a minha missão, e estou determinada a concluir o meu mandato”, assegurou Lagarde aos jornalistas nesta quinta-feira, na sequência da conferência de imprensa sobre a decisão referente à política monetária. Estas declarações de Lagarde estão em linha com as fontes oficiais do BCE, que garantiram o mesmo quando as declarações de Schwab surgiram.
O anterior presidente do fórum adiantou ao periódico britânico que reuniu e acordou com a presidente do BCE – que faz parte do Conselho de Administração do Fórum Económico Mundial desde 2008 – que esta tomaria o seu lugar no início de 2027, o que implicaria a presidente do banco central abandonar o seu cargo meses antes do final do mandato, em outubro do mesmo ano. Em discussão “há vários anos”, Schwab indica que a última vez que debateram o assunto foi em abril, em Frankfurt, para “discutir com ela a liderança comigo a ficar na presidência até que ela estivesse pronta a assumir o cargo, no início de 2027, o mais tardar”.
Fontes conhecedoras do processo de sucessão alertaram, então, que nunca houve um acordo formal a ser fechado. Contudo, Klaus Schwab garante que a instituição já tinha arrendado um apartamento na Suíça para Lagarde, de forma a assegurar a transição.
Uma das fontes adiantou que a presidente do BCE aceitou o cargo com a condição de, primeiro, conseguir baixar a inflação para o nível pretendido pelo supervisor, de 2%. Contudo, refere também que Lagarde tinha reservas sobre deixar o seu cargo mais cedo do que o suposto.
Recorde-se que a liderança do Fórum Económico Mundial ficou vaga no final de abril, quando o seu fundador e líder há mais de 50 anos se demitiu, citando a sua idade como a razão. Mais tarde, tornaram-se conhecidas acusações de má conduta por parte do fundador e da sua família em relação ao uso dos recursos da instituição. No entanto, o presidente demissionário rejeita todas as acusações que lhe são feitas.