
O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, reuniu-se nesta Terça-feira, em Sevilha, Espanha, com dirigentes de instituições internacionais e representantes do sector privado, com destaque para o presidente do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Álvaro Lario, e o Presidente do Grupo BARCELÓ, Simón Pedro Barceló.
Os encontros ocorreram à margem da IV Conferência Internacional das Nações Unidas sobre o Financiamento ao Desenvolvimento (FFD4) e visaram reforçar a cooperação em áreas prioritárias como agricultura de pequena escala, juventude e turismo, com vista à criação de empregos e valorização das potencialidades de Moçambique.
O Presidente do FIDA manifestou satisfação pela actual parceria com Moçambique, sublinhando o impacto dos projectos implementados.
“Estamos muito satisfeitos com a nossa parceria com Moçambique. O FIDA é uma instituição presente aqui. […] Investimos na juventude, na criação de oportunidades de emprego através de pequenas e médias empresas na produção, mas também na distribuição e no armazenamento”, afirmou em declarações à imprensa, referindo-se aos projectos em curso no país.
Lario realçou o potencial agrícola de Moçambique e os resultados concretos da colaboração.
“O nosso mais recente projecto foi implementado em 11 províncias, incluindo a província onde o Presidente foi Governador [Inhambane], e também em Maputo, com um valor de 70 milhões de dólares [norte-americanos], que foi escalado para 200 milhões de dólares em parceria com o Banco Africano de Desenvolvimento e com a União Europeia”, revelou.
“O Compromisso de Sevilha representa, para nós, um ponto de partida a nível global para continuar a mobilizar instrumentos e recursos, especialmente para combater a pobreza e a fome”, disse, considerando que os sistemas alimentares e a agricultura são sectores com forte potencial de transformação e geração de emprego.
Sobre os próximos passos em Moçambique, Álvaro Lario esclareceu que os investimentos continuam em curso, com destaque para novas acções ligadas às alterações climáticas.
“Temos um projecto adicional de 10 milhões de dólares com o Fundo para o Ambiente, em forma de subsídios, para continuar a investir na adaptação à seca, no acesso à água, na qualidade do solo”, indicou.
O Presidente do FIDA destacou também o enfoque do Governo moçambicano na juventude como prioridade, que coincide com as linhas de acção da instituição.
“O Presidente foi muito claro: uma das prioridades é criar oportunidades para os jovens. Falámos sobre zonas económicas especiais de processamento […] capazes de gerar emprego”.
Já o encontro com o Presidente do Grupo BARCELÓ centrou-se nas oportunidades de investimento no sector do turismo em Moçambique. Simón Pedro Barceló elogiou a visão estratégica do chefe do Estado moçambicano e expressou o desejo de explorar o mercado nacional.
“O Presidente de Moçambique convocou-me a uma reunião aqui em Sevilha […], e eu pude transmitir ao Presidente o nosso interesse como empresa turística em crescimento, valorizar e conhecer mais profundamente Moçambique”, disse.
O Grupo BARCELÓ, com presença em destinos como Maldivas e Maurícias, considera o Oceano Índico uma zona de interesse estratégico.
Barceló, avançou, “esperamos poder ir a Moçambique e conhecer em primeira pessoa as oportunidades que o país oferece. O primeiro objectivo seria ter um hotel na capital e ter um projecto para desenvolver numa praia do Oceano Índico”.
Além disso, o grupo espanhol manifestou abertura para analisar a possibilidade de estabelecer voos directos entre Moçambique, Espanha e Portugal, caso se verifique uma procura suficiente a partir dos mercados ibéricos, com o objectivo de ligar directamente Madrid ou Lisboa a Maputo e reforçar a conectividade turística com o destino moçambicano.
Daniel Chapo manteve encontros separados com a Enviada Especial do Governo Federal da Alemanha à FFD4, Susanne Wasum-Rainer, com o economista norte-americano Jeffrey Sachs, e com o Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Akinwumi Adesina. Estas reuniões enquadram-se nos esforços do Chefe do Estado moçambicano para reforçar o financiamento ao desenvolvimento sustentável e consolidar alianças com parceiros estratégicos nas mais variadas áreas.