No final de abril de 2025, um apagão generalizado deixou grande parte de Portugal e Espanha sem eletricidade durante várias horas. As consequências foram imediatas e reveladoras: lojas sem sistemas de pagamento, terminais multibanco inoperacionais e milhares de pessoas sem forma de fazer compras básicas ou levantar dinheiro.

A dependência quase total do sistema digital — desde pagamentos com cartão a transferências bancárias — ficou, de repente, exposta. Muitas pessoas foram apanhadas desprevenidas, sem dinheiro físico em casa e sem forma de o obter. Este episódio trouxe de volta uma velha questão: faz sentido, hoje em dia, ter dinheiro guardado em casa?

O dinheiro físico como plano B

Não se trata de voltar ao tempo das notas escondidas no colchão, mas sim de reconhecer que a tecnologia, apesar de eficaz e prática, não é infalível. A questão não é só financeira — é também logística e até emocional. Ter uma pequena reserva de dinheiro físico pode ser a diferença entre sentir-se vulnerável ou seguro numa situação inesperada.

Quanto dinheiro devo ter em casa?

Uma forma prática de calcular esse valor é pensar nos seus gastos essenciais diários. Por exemplo:

  • Se costuma gastar cerca de 900€ por mês em alimentação, transportes e outras despesas básicas, isso dá uma média de 30€ por dia.
  • Para garantir autonomia durante 3 dias, seriam 90€; para uma semana, cerca de 210€.

Claro que estes valores variam consoante cada realidade, mas o princípio é simples: faça este exercício com os seus próprios números e guarde esse montante em casa, num local seguro e discreto.

E onde guardar?
  • Evite locais óbvios, como gavetas da cozinha ou frascos rotulados como “poupança”.
  • Opte por locais seguros e pouco previsíveis, mas fáceis de aceder em caso de necessidade.
  • E claro: não exagere. O objetivo é ter uma reserva funcional, não armazenar grandes quantidades que o exponham a riscos desnecessários.
Um alerta útil

O apagão foi um alerta. Num mundo cada vez mais digital, a importância de um plano B físico, por mais pequeno que seja, pode ser subestimada. Mas a tranquilidade que um simples gesto como este pode oferecer não deve ser ignorada.