
"Teremos o porto mais profundo desta área, de 16,5 metros [de calado - profundidade a que o navio está submerso]. Isso permitirá que Maputo se torne realmente um porto muito importante para Moçambique, assim como para os [países] vizinhos", disse o diretor-executivo da DP World, acionista da Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC), Ahmed bin Sulayem, após encontro com o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, em Maputo.
A MPDC é uma corporação privada moçambicana que resultou da parceria entre a estatal Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e a Portus Indico, participada pela DP World, tendo o diretor executivo explicado que, além da expansão da infraestrutura, pretende-se ainda ampliar as ligações comerciais internacionais de Moçambique.
"Atualizámos a nossa visão sobre como ligar Maputo à maior parte do mundo. Acreditamos que os fundamentos económicos de Moçambique são muito fortes, e o Presidente nos confirmou isso", disse, após a reunião, em Maputo.
Segundo Sulayem, já existe um grupo designado para analisar como se pode "expandir e utilizar a capacidade logística de Moçambique", sendo a localização geográfica do país uma vantagem competitiva para o comércio global.
"Acreditamos que é uma oportunidade incrível. Tem uma boa localização e é logisticamente muito próxima a grandes mercados ao redor. O que precisamos fazer é investir", afirmou.
A expansão já em curso do terminal de contentores do porto de Maputo vai permitir aumentar para 650 metros de cais e receber navios de até 366 metros.
O Presidente moçambicano afirmou, na sexta-feira, ser inaceitável o atual crescimento do transporte rodoviário de carvão e magnetite para o terminal da Matola do porto de Maputo, pedindo medidas para que volte a ser concentrado na ferrovia.
"O Terminal de Carvão da Matola, por vocação e génese, é uma infraestrutura ferroviária. Foi pensado e concebido para receber carga proveniente da ferrovia. Não é, por isso, aceitável que estejamos hoje a assistir a um crescimento do transporte rodoviário de carvão e magnetite --- dois produtos que sempre tiveram a ferrovia como meio de transporte natural", afirmou o chefe de Estado, de visita ao local, nos arredores de Maputo.
A concessão do porto de Maputo à MPDC vai vigorar até 13 de abril de 2058, segundo os termos da adenda ao contrato, aprovada por decreto do Governo moçambicano publicado em abril do ano passado, sendo que a concessionária prevê investir nos primeiros três anos 600 milhões de dólares (571 milhões de euros) na expansão da infraestrutura portuária.
LYCE (PVJ) // MLL
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