A República da Guiné-Bissau assumiu nesta Sexta-feira, 18, a presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para o biénio 2026-2028, substituindo São Tomé e Príncipe, sob a égide de Carlos Vila Nova passou.

Fátima Jardim, ex-ministra e diplomata de carreira, é a nova secretária-executiva da CPLP, indicada por Angola.

Na última Quinta-feira, 17, dia que marcou a chegada das mais altas figuras dos Estados-membros, Umaro Sissoco Embaló ofereceu um jantar aos homólogos, onde condecorou José Ramos-Horta, Presidente de Timor-Leste, com a mais alta distinção do país, a Medalha de Amílcar Cabral, que serviu também para a comemoração do 29.º aniversário da criação da CPLP, no palácio da República da Guiné-Bissau.

Entretanto, o último dia da cimeira foi marcado pela ausência de Angola, Guiné Equatorial e Portugal, que pela primeira vez não se fizram representar ao mais alto nível.

Durante a cimeira de Bissau, que decorreu sob o lema “A CPLP e a Soberania Alimentar: Um Caminho para o Desenvolvimento Sustentável”, os debates estenderam-se a inúmeras preocupações, mas esperava-se um maior enfoque em torno do Acordo de Mobilidade entre os Estados-membros, assinado a 17 de Julho, em Luanda, que se vê agora condicionado com a nova lei sobre a Imigração aprovada recentemente em Portugal.

O ex-Presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, e o actual Presidente do Senegal, Bassiro Diomay Faye, fizeram-se presentes como convidados de honra nesta reunião magna.

Entretanto, durante a votação da agenda de trabalhos, Portugal opôs-se à inclusão do direito dos palestinianos a comer, tema que gerou algum desconforto, tanto no seio da Cimeira, bem como na comunidade portuguesa que defendem os direitos humanos.

A nova directora-geral da cooperação internacional e ponto focal da CPLP, Maria Domingas Pinto Cardoso, na sua declaração, prometeu tudo fazer para aproximar cada vez mais os cidadãos lusófonos. “Contem comigo para tudo fazer para aproximar os cidadãos da língua portuguesa, no sentido de tornar a organização mais dinâmica e reforçar o seu papel no cenário internacional”, referiu.

Depois do discurso que declarou a abertura da sessão de trabalho pelo anfitrião, Carlos Vila Nova, chefe de Estado sãotomense, tomou a palavra, antes de passar o testemunho à Guiné-Bissau.

Vila Nova agradeceu o “caloroso acolhimento” do país anfitrião “que emana cultura e tradição em toda a recepção”, tendo passado o lema ao seu homólogo guineense “com o sentimento de dever cumprido”, mesmo sabendo dos desafios, “mas . “O objectivo sempre foi convergir os povos sob o lema ‘juventude e sustentabilidade na CPLP’, tendo os pés no presente, mas com os olhos no futuro”, frisou.

“Tenho a honra agora de passar a presidência ao Umaro Sissoco Embaló, acreditando que estará bem entregue. No entanto, São Tomé e Príncipe continuará fiel aos princípios da CPLP e a colaborar com a Guiné-Bissau”, garantiu Carlos Vila Nova.

Ao tomar posse como novo presidente da CPLP, Umaro Sissoco Embaló falou da necessidade de se fortalecer o que une e de enfrentar juntos os desafios comuns, ao desenvolvimento sustentável, a educação, as mudanças climáticas, inclusão digital e elegeu os três pilares, que considerou “fundamentais”, em se irão nortear a sua presidência

De acordo com o líder guineense, o mandado da Guiné-Bissau na presidência da CPLP se focará em “aprofundar a cooperação política e diplomática para a defesa da paz, da democracia e do multilateralismo nas respectivas regiões e no plano global”; “promover a integração económica e empresarial nos países lusófonos”; bem como em valorizar o património cultural e linguístico, promovendo a língua portuguesa como instrumento global de conhecimento de identidade de conexão”.