
É já esta semana que começa a nova onda de resultados, desta feita referentes ao primeiro trimestre de 2025. Do outro lado do Atlântico, alguns dos maiores bancos americanos dão a conhecer os seus resultados no final desta semana. Apesar da recuperação em curso, para a banca, o maior efeito nos próximos trimestres, de acordo com Mike Mayo, analista do Wells Fargo citado pela Agência Reuters, vão ser “provisões mais altas para perdas de crédito ao mesmo tempo que a probabilidade de recessão aumenta”.
A agência noticiosa recorda que os bancos têm de criar reservas para prevenir perdas com créditos, que se preveem vir a subir nos próximos trimestres. Sthephen Biggar, diretor de Instituições Financeiras na Argus Research alertou que os “bancos são uma reflexão da economia – se a economia piora, os seus resultados vão no mesmo sentido”. Biggar estima ainda que os créditos concedidos devem abrandar fruto do maior risco para as entidades de crédito.
As ações dos bancos são das mais afetadas desde o início do declínio provocado pelas tarifas de Trump. Na sexta-feira passada, os bancos europeus caíram mais de 5% e o S&P 500 banks index caiu mais de 7%. Entre 2 e 7 de abril, nota a Reuters, o índice KBW perdeu 15%, a maior queda desde a crise da banca regional de 2023.
Esta volatilidade leva ao abrandamento de operações de aquisições e IPO, o que, por sua vez, vai resultar numa queda em comissões na banca de investimento, explica Jason Goldberg, analista do Barclays. Ainda neste sentido, perdas em portfólios de ações são esperadas e devem pesar nas divisões de ‘wealth management’ da banca, cuja receita vem de comissões. Contudo, o negócio de ‘trading’ pode beneficiar do aumento de atividade, aponta a Reuters.
Numa outra perspetiva, Mayo refere que os “bancos têm agora a oportunidade de provar que a regulação desde a crise financeira fortaleceu as suas folhas de balanço, e estes vão entrar num mercado turbulento com alta liquidez e capital”.