
“Estamos muito satisfeitos com Portugal”, afirma Juan Roig, presidente da Mercadona, pronto a investir mais 157 milhões de euros para abrir 10 novas lojas “e comprar alguns terrenos” para lojas futuras no país.
Cinco anos depois de abrir a primeira loja em Portugal, em Vila Nova de Gaia, a Mercadona fechou 2024 com vendas de 1,778 mil milhões de euros (+27%), 60 lojas, 7 mil trabalhadores e lucros de 7 milhões de euros. Foi o suficiente para a empresa líder no retalho alimentar em Espanha celebrar os primeiros resultados positivos em Portugal, mas “é menos do que aspirávamos”, admitiu o seu presidente, Juan Roig, na apresentação das contas do grupo, esta terça-feira.
Por isso, colocou de imediato “alguma pressão” sobre a equipa e pediu a duplicação dos resultados, para os 14 milhões, já em 2025. Em Portugal, “as lojas já estão consolidadas e são muito rentáveis”, justificou o empresário que este ano entra na cidade de Lisboa e espera continuar a sua expansão no país, “até Faro”.
Compras de 1.400 milhões em Portugal
No trabalho a fazer, admite ser necessário “melhorar o sortido e a relação com os fornecedores portugueses”. E, sublinha, continua a ser necessário “sermos mais portugueses”, do domínio da língua às especificidades do consumo nas diferentes regiões e à oferta “de um cabaz mais português”.
“É muito mais fácil tomar a decisão de ir para Portugal do que fazer-se português. Isso custa muitíssimo”, refere Juan Roig depois de um exercício em que que a sua cadeia comprou 1.400 milhões de euros a fornecedores nacionais.
Oito anos depois de anunciar a escolha da sua primeira experiência internacional em Portugal, a cadeia espanhola admite estar a pensar na expansão para um terceiro país, “mas apenas quando estes dois (mercados, Portugal e Espanha) estiverem mais consolidados”, diz o empresário valenciano, sublinhando haver ainda “muito trabalho para fazer” nos dois países onde está presente.
Ao todo, a Mercadona já investiu mais de mil milhões de euros em Portugal, 219 milhões dos quais no ano passado, em que somou 11 inaugurações e pagou impostos no valor de 237 milhões de euros através da empresa portuguesa Irmãdona Supermercados, com sede em Vila Nova de Gaia (Porto).
Na expansão a realizar em 2025, estão previstas duas aberturas em Lisboa (Alta de Lisboa e Quinta do Lambert), outras duas em Loures (Santa Iria de Azóia e Frielas), e uma em Penafiel, Fafe, Leiria, Matosinhos, Palmela e Porto (Amial).
Em janeiro, a empresa aumentou os seus trabalhadores em 8,5%, fixando o salário de entrada em 14.963,90 euros brutos anuais (23% acima do salário mínimo nacional).