O presidente da Cooperativa de Táxis Comunitários de Angola, Rafael Inácio, condenou esta Segunda-feira, 28, em Luanda, os actos de vandalismo e o aproveitamento político no âmbito da paralisação dos taxistas.

Segundo Rafael Inácio, a Cooperativa de Táxis Comunitários de Angola está solidária com a entidade que convocou a paralisação, a Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA).

“Estamos a fazer rondas desde às 05:30, há um absentismo dos azuis e brancos [cores características dos táxis informais em Angola] nas paragens de táxis, ou seja, não há táxis, mas o negativo que estamos a constatar é que há muita onda de aproveitamento político e também de vandalização e arruaça. Nós condenamos veementemente esta atitude”, disse o responsável da cooperativa.

O líder associativo afirmou que em zonas como Kilamba Kiaxi há registos de vandalização de viaturas e queima de pneus.

“Porque se é uma paralisação ordeira a pacífica não deve haver aproveitamento político, porque os taxistas sempre dependeram de si mesmos para fazer valer os seus direitos”, frisou Rafael Inácio, no entanto, criticou “muitas publicações, muitos aproveitamentos indevidos do ponto de vista político, sobretudo de partidos da oposição”.

A paralisação que arrancou hoje na cidade capital de Angola e decorre até Quarta-feira, 30, como uma forma de protesto face ao aumento do preço do gasóleo, no início deste mês, que originou a subida das tarifas dos transportes públicos, as associações de taxistas do país decretaram a paralisação.

Em causa da paralisação dos serviços de táxis, estão as novas tarifas para os transportes públicos colectivos urbanos rodoviários de passageiros, ajustados depois do aumento, no início deste mês, do preço do gasóleo, que passou de 300 para 400 kwanzas por litro (0,28 para 0,37 euros), no âmbito da retirada gradual pelo Governo do subsídio aos combustíveis, iniciada em 2023.

Entretanto, os taxistas sublinham que passaram mais de 15 dias sem o Governo “ouvir o grito de socorro dos taxistas”, por isso “as Associações e Cooperativas de taxistas ANATA, ATA, CTMF, ATLA, CTCS, 2PN, AB-TAXI” decidiram paralisar os serviços de táxi nos dias 28, 29 e 30 deste mês.

Além do aumento do preço do combustível, diz a Lusa, os taxistas estão preocupados com aumento das peças de manutenção, a remoção de paragens de embarque e desembarque, sem aviso prévio às associações por parte das administrações municipais e da Polícia Nacional, bem como a falta de vontade do Executivo em formalizar a actividade de táxi em Angola.