"O custo do frete de mercadorias para a ilha, o custo de descarregar e carregar mercadorias no porto do Caniçal é agravado, é caro, é mais caro descarregar mercadorias no porto da Madeira do que em qualquer porto do território continental", disse a líder, em entrevista à Lusa no âmbito das eleições legislativas de 18 de maio.

Raquel Coelho, que preside ao partido que se candidata apenas pelo círculo eleitoral da Madeira, numa lista encabeçada por Edgar Silva, sugeriu que "o Estado poderia ter um navio para fazer a ligação" mas que também se podiam aproveitar os navios canadianos que vão para Espanha e "estabelecer parcerias [...] no sentido de garantir a ligação como já houve no passado".

A presidente do PTP defendeu que se "conseguia trazer mercadorias e produtos essenciais muito mais baratos para a região autónoma da Madeira" defendendo que uma oferta melhorada no transporte de mercadorias permitiria reduzir os preços.

Relativamente à insularidade, o partido pede algo semelhante a um fundo de compensação, com intuito de aproximar os continentais dos ilhéus.

"O que nós estamos a pedir é que seja cumprido o princípio da continuidade territorial, que é um direito que está previsto na Constituição e que, de certa forma, exige que as regiões autónomas e as ilhas, neste caso particular, não fiquem isoladas do território continental e tenham alternativas, neste caso, ao avião", disse a presidente do PTP.

Raquel Coelho, filha de José Manuel Coelho, antigo presidente do PTP, teceu ainda comentários sobre a corrupção na região da Madeira onde o PSD governa há 50 anos.

"Os órgãos de comunicação que existem, sobretudo, neste caso, os impressos, são controlados pelos dois maiores grupos económicos da região autónoma da Madeira, que têm altas ligações ao governo regional e que, para manter a sua hegemonia e continuar a fazer os seus negócios, precisam que o PSD continue no poder", afirmou a presidente do partido.

Em termos de habitação, a líder dos trabalhistas afirma que os madeirenses não conseguem nem comprar nem arrendar casa e que é necessário o Estado intervir, nomeadamente na construção de mais habitação.

*** Afonso Jesus Rodrigues (texto), Pedro Lapinha (vídeo) e André Kosters (fotos) ***

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Lusa/fim