
O Santander anunciou que chegou a um acordo para adquirir 100% do capital do TSB Banking Group ao Banco Sabadell, por 2.650 milhões de libras (cerca de 3.100 milhões de euros) em numerário, tonando o Santander UK no terceiro maior banco do país em saldos de contas à ordem de clientes particulares.
A operação, que será realizada integralmente em numerário, avalia o TSB em cinco vezes o lucro esperado de 2026, uma vez consideradas as sinergias de custos identificadas, e em 1,45 vezes o seu valor contabilístico tangível a 31 de março de 2025, explica o Santander num comunicado divulgado na noite de terça-feira.
“A aquisição do TSB é mais um passo no nosso compromisso com o Reino Unido e representa uma oportunidade atrativa do ponto de vista financeiro para os nossos acionistas, estando alinhada com os nossos planos de longo prazo. Além disso, reforça a nossa presença num dos nossos principais mercados com a incorporação de um negócio complementar e de baixo risco que apoia a nossa diversificação”, refere Ana Botín, presidente do Banco Santander, que adianta que o grupo está “a construir um banco mais forte e competitivo, especialmente em produtos como as contas à ordem para particulares, onde passamos a ser o terceiro maior banco do país. A operação irá acelerar o nosso objetivo de aumentar a rentabilidade e alcançar um retorno sobre o capital tangível de 16% em 2028”.
Espera-se que a operação gere um retorno sobre o capital investido superior a 20%, contribuindo assim para aumentar o retorno sobre o capital tangível do Santander UK dos 11% em 2024 para 16% em 2028, alinhando-se com os principais bancos britânicos, com sinergias de custos de, pelo menos, 400 milhões de libras, ou 13% da base de custos da entidade resultante da operação.
O banco refere que a integração do TSB representará um contributo positivo para o lucro por ação do Santander desde o primeiro ano, e de aproximadamente 4% em 2028, consumindo 50 pontos base de capital CET1 no momento do fecho da operação.
Esta aquisição está alinhada com a estratégia do Santander de realizar aquisições complementares (bolt-on) que acelerem o crescimento orgânico nos seus principais mercados, mantendo a sua rigorosa disciplina de capital, explica a instituição.
A operação não afetará a atual política de distribuição aos acionistas do Santander nem os objetivos definidos para 2025. O grupo mantém o objetivo de executar, no mínimo, 10.000 milhões de euros em programas de recompra de ações com base nos lucros de 2025 e 2026 e no excedente de capital, num prazo inferior ao inicialmente previsto.
Sobre os benefícios da operação para os clientes do Santander UK e do TSB, Mike Regnier, CEO do Santander UK, afirma que “esta operação, que representa a combinação de dois bancos sólidos e complementares, é excelente para os clientes e dará origem a um dos bancos mais relevantes do Reino Unido, contribuindo para uma maior competitividade no setor”.
A operação está sujeita à aprovação dos acionistas do Sabadell e às autorizações regulatórias competentes. Prevê-se que a transação esteja concluída no primeiro trimestre de 2026.
Recorde-se que foram vários os bancos na corrida à compra do TSB. Para além do Santander, inicialmente, estiveram também interessados o NatWest, o Barclays e HSBC, chegando apenas a finalistas o Barclays e o Santander.