
Chistine Lagarde fechou nesta quarta-feira o Fórum do Banco Central Europeu (BCE), em Sintra, fazendo um resumo dos dois dias de trabalhos. E revelou uma novidade: a edição de 2026 será realizada entre 29 de junho e 1 de julho, sempre na vila de Sintra, de modo a estar mais afastada do feriado do Dia da Independência dos Estados Unidos (4 de julho), que obrigou os participantes americanos a deixarem Portugal mais cedo. Outra novidade será o painel sobre Política Monetária, o mais aguardado do evento, que em 2026 será realizado no segundo dia e não no primeiro como foi este ano.
A presidente do BCE fez um rápido resumo das matérias que foram tratadas durante os dois dias de trabalhos, a começar pelo desafio à “esclerose do Euro” provocado por um excesso de regulamentação no mercado de trabalho. Este tema tratado no primeiro painel do primeiro dia, gerou muita contestação entre a assistência. Recorde-se que, quer Vítor Constâncio (ex-governador do Banco de Portugal) quer Mário Centeno, atual governador, manifestaram-se contra as conclusões do estudo apresentado.
Também a questão dos bancos centrais terem de vigiar as despesas discricionárias dos Estados com tanta ou mais atenção do que aquele que colocam na evolução da inflação foi um tema que, ao ser discutido no primeiro dia, gerou muita atenção por parte de todos os presentes.
Lagarde referiu-se de seguida aos temas discutidos no segundo dia (2 de julho), especialmente aquele que abordou a questão dos intermediários financeiros não bancários, “essa nova espécie de animais”, como lhes chamou a presidente do BCE, e de que forma podem contribuir para o crescimento da economia, sem colocar em risco a estabilidade financeira.
Também falou no painel que abordou a questão da arquitetura do comércio internacional. “A palavra comércio, não confundir com tarifas, será certamente uma das palavras mais usadas este ano”, recordou Lagarde, que encerrou a sua intervenção agradecendo a todos os presentes e dando um elogio à organização do evento por ter conseguido, em termos de paridade de género, entre moderadores e participantes nos vários painéis “um equilíbrio quase perfeito: 11 mulheres e 14 homens participaram no Fórum do BCE 2025”.