
O peso do setor tecnológico na economia portuguesa tem vindo a aumentar de forma sustentada. Entre 2019 e 2024, o contributo das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) para o valor acrescentado bruto em Portugal passou de 3,8% para 4,9% — uma subida de 1,1 pontos percentuais. Embora este valor fique 0,5 p.p. abaixo da média da União Europeia a 27 (5,4%), coloca ainda assim o país acima de várias economias como Espanha, Itália ou Irlanda, segundo dados divulgados pela Deloitte no âmbito da nova edição do programa Technology Fast 50.
Nestes cinco anos analisados pela Deloitte, no setor das TIC, Portugal também cresceu mais do que a média dos 27 da União Europeia: +1,1 p.p vs. +0,4 p.p., o que fez com que a diferença para a média comunitária se tenha estreitado, tendo passado de uma diferença de 1,2 p.p. para 0,5 p.p..
[clique nos gráficos abaixo para aumentar]

Fonte: Deloitte
Lucros, exportações e valor acrescentado em alta
As empresas portuguesas que integram o Fast 50 revelam métricas de crescimento expressivas. Entre 2020 e 2023, registaram um crescimento médio de 260% no volume de negócios, atingindo um total de 520 milhões de euros em 2023. Cada colaborador destas empresas gerou, em média, 120 mil euros de receita anual.
No campo das exportações, o desempenho também se destacou: 360 milhões de euros em exportações totais em 2023, com uma mediana de 65% do volume de negócios proveniente de mercados externos. Estes números traduzem-se em elevado valor acrescentado para a economia — cerca de 300 milhões de euros gerados pelas empresas do ranking no último ano, com uma média anual de 70 mil euros por trabalhador.
Ciência e inovação de mãos dadas
Desde que o programa é implementado em Portugal, a Deloitte identificou outra realidade interessante: 36% das empresas incluídas na lista têm fundadores com origem na academia ou em centros de investigação. E 16% dos fundadores têm uma formação ao nível do doutoramento. “Trata-se, portanto, de um ecossistema alimentado por capital humano altamente qualificado e próximo da produção científica nacional”, como destacou Pedro Brás da Silva, Partner da Deloitte, durante o evento de apresentação deste estudo que aconteceu na Unicorn Factory, em Lisboa.
Portugal reforça posição no mapa europeu da inovação
De acordo com a análise da Deloitte, Portugal posiciona-se atualmente acima da média da UE em várias dimensões do European Innovation Scoreboard, como a atratividade dos sistemas de investigação e a digitalização. Do ponto de vista da utilização de tecnologias de informação por parte das empresas que integram o ranking Fast 50, Portugal está ao nível da UE.
A nível internacional, as empresas portuguesas têm vindo a destacar-se no contexto europeu. Três empresas nacionais — i-charging (1.º lugar), Bloq.it (2.º) e Coverflex (7.º) — figuraram mesmo no top 10 do ano passado do ranking Fast 500 EMEA, que lista as empresas tecnológicas com maiores taxas de crescimento na região. No total, 15 empresas portuguesas integraram o ranking deste ano, consolidando o país como uma força emergente na tecnologia europeia.
[clique na tabela abaixo para aumentar]

Ranking Fast 50 da região EMEA, do ano passado. Fonte: Deloitte
3ª edição do Technology Fast 50: candidaturas abertas
Estes dados sobre o estado atual do ecossistema nacional foram partilhados no evento em que a Deloitte lançou as candidaturas da 3ª edição do Technology Fast 50, programa que reconhece as 50 empresas tecnológicas de crescimento mais acelerado no país.
O ranking é baseado no crescimento percentual do volume de negócios e pretende destacar a inovação, o empreendedorismo e a diferenciação tecnológica das empresas portuguesas.
As candidaturas estão abertas a partir de hoje e decorrem até às 23h59 de 17 de outubro, através da página oficial do programa. Os vencedores serão anunciados numa cerimónia de entrega de prémios em novembro.
O programa Fast 50, que reconhece as 50 empresas tecnológicas com maior crescimento em Portugal, está de regresso com as candidaturas abertas até 17 de outubro. A cerimónia de entrega de prémios está marcada para novembro.
Além do prémio principal – o ranking Fast 50 –, as empresas podem concorrer a três categorias adicionais: Impact Award, que distingue uma empresa com impacto social relevante no último ano; Women in Leadership, que reconhece empresas lideradas por mulheres; e Rising Stars, atribuído em parceria com a Startup Portugal a empresas emergentes que lideram pela inovação e já apresentam resultados muito promissores.
Também regressa o Venture Champion Award, que reconhece a entidade de capital de risco e a incubadora ou aceleradora que mais se destacaram no apoio às empresas incluídas no ranking.
Nesta edição, pela primeira vez, a Google Cloud junta-se como Technology Partner e dá nome à renovada categoria Market Catalyst by Google Cloud, que irá distinguir uma empresa entre as 50 do ranking com um contributo excecional para o crescimento económico e a criação de valor, com base em critérios objetivos como exportações, VAB (Valor Acrescentado Bruto), rentabilidade e emprego gerado.
Baseado na taxa de crescimento do volume de negócios nos últimos três anos, o ranking Fast 50 visa destacar a inovação, o empreendedorismo e a diferenciação tecnológica de empresas que estão a transformar a economia portuguesa.
Para Pedro Brás da Silva, Partner da Deloitte, “num ecossistema tecnológico cada vez mais complexo, o Technology Fast 50 identifica e dá visibilidade às empresas com melhor desempenho a nível de crescimento, inovação e impacto. Este programa não é apenas um reconhecimento — é uma plataforma de valorização do talento nacional, um incentivo à ambição dos fundadores e uma montra das capacidades tecnológicas que Portugal tem para oferecer. Ao premiar trajetórias notáveis e dar palco a quem está a construir o futuro, o Fast 50 contribui diretamente para o reforço da credibilidade e atratividade do nosso ecossistema junto de investidores, parceiros e mercados internacionais”.
O programa é dirigido a empresas tecnológicas, ou seja, que detenham propriedade intelectual ou tecnologia própria que contribua para uma parte significativa do volume de negócios da empresa; que obtenham uma parte significativa do volume de negócios a partir de investigação e desenvolvimento de tecnologia; ou que utilizem tecnologia de forma única para resolver problemas.
Além do reconhecimento nacional, as empresas distinguidas poderão aceder a oportunidades de networking com players-chave do ecossistema e integrar o Technology Fast 500 EMEA, o ranking que destaca as empresas de crescimento mais rápido na Europa, Médio Oriente e África.