A Sofid, entidade que tem como objetivo contribuir para o crescimento económico de países emergentes e em vias de desenvolvimento, vai ser reabilitada pelo Banco Português de Fomento e em 2026 deverá disponibilizar crédito europeu que servirá para que as empresas portuguesas possam investir em países em desenvolvimento.

A revelação foi feita esta sexta-feira por parte de Carlos Leiria Pinto, chairman do Banco Português de Fomento, na conferência EurAfrican Forum 2025, da qual o JE, a Forbes Portugal e a Forbes África Lusófona são parceiros.

“A Sofid tem estado praticamente inativa mas é uma instituição de crédito que devem operar em países em desenvolvimento”, começou por destacar este responsável. Contextualizando, Carlos Leiria Pinto revelou que aEuropa lançou um grande pacote financeiro em resposta à iniciativa chinesa – o Global Gateway.

Com o Banco de Fomento a integrar 80% do capital da Sofid e da solidificação deste grupo, o passo seguinte, explicou o responsável do BPF, passa por “reforçar as equipas e ir buscar dinheiro ao Global Gateway que vamos colocar à disposição das empresas portuguesas que queiram investir em países em desenvolvimento, naturalmente com prioridade para os países de Língua Oficial portuguesa”. E as áreas já estão definidas: infraestruturas, energia e energias renováveis são as áreas para investimento.

África será naturalmente um destino de investimento mas estas verbas podem também ser direcionadas para investimento na América Latina (Brasil e Colômbia sobretudo) mas também os países do Magreb “são mercados para os quais devemos olhar”.

“Isto vai ser uma revolução, vão ser boas notícias para todos. No decurso de 2026 estaremos preparados para este desafio. Queremos que seja um factor alavancador das empresas portuguesas que queiram investir”, concluiu.

“Temos 1.600 milhões de crédito garantido. Fez-se mais em dois meses do que em três anos”

O Banco Português de Fomento já emitiu 1.600 milhões de euros de crédito garantido, de acordo com revelação de Carlos Leiria Pinto, chairman da entidade, na conferência EurAfrican Forum 2025, que decorre esta sexta-feira na Nova SBE em Carcavelos.

Este responsável congratulou o atual Executivo por ter apostado na refundação do Banco de Fomento e garantiu que há uma mudança em curso: “Estamos a reativar essa garantia com pré-aprovações que estão a ser enviadas aos empresários. Os resultados são extraordinários e já temos 1.600 milhões de crédito garantido e em dois meses fez-se mais do que nos últimos três anos”.

Carlos Leiria Pinto garantiu por várias vezes que o Banco de Fomento não vai concorrer com a banca comercial” mas referiu também que “vamos fazer banca de investimento com produtos de crédito estruturado, tão importantes para várias operações em Portugal”.

“A Sofid tem estado inativa mas em 2026 terá grande atividade. Teremos também uma área dedicada a apoiar as empresas portuguesas com crédito para exportação. Há muitas falhas de mercado e no mercado de capitais em Portugal, infelizmente”, salientou este responsável.

O chairman do Banco de Fomento explicou que esta entidade “está ativa no apoio da Autoeuropa e fomos parte importante na garantia do novo veículo elétrico” assim como na evolução da linha da alta velocidade”. Outro exemplo, talvez um dos mais impactantes: “Estamos também no investimento em giga factories no âmbito da Inteligência Artificial. Portugal levantou a mão e estamos presentes nesse concurso europeu. A proposta é muito favorável a Portugal, estamos muito bem posicionados, apesar de existirem 76 propostas”.