De sorriso na cara sempre que a música não exigia o contrário, Slow J estava feliz por estar em palco e notou-se (aliás, fez mesmo questão de mostrá-lo).

O artista encerrou o palco principal, no segundo dia de festival, com uma fusão própria de rap com sons mais tradicionais e letras de cariz pessoal e emocional.

O público, que cantava, dançava e se abraçava entre si, esteve com ele do início ao fim - apesar de ter jogado as maiores cartadas logo ao princípio e de ter deixado de fora um dos grandes temas esperados pelos fãs.

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“Ele consegue chamar as pessoas”

Momentos antes do arranque do concerto, as expectativas entre os festivaleiros eram altas.

“É um artista único e é a primeira vez que vem ao Paredes de Coura. Acho que vai ser muito especial, previa Joyce, de 20 anos, vinda de Coimbra.

“Eu queria que ele cantasse músicas antigas”, expressava, antes de explicar aquilo que a cativa no artista português. “Conjuga vários estilos. Não está só restringido ao rap. É diferente.

Um fator que atrai também Carolina, de 33 anos, natural de Cabeceiras de Basto – e que se dizia “muito chateada” por Slow J não ir dar um concerto em nome próprio no Porto.

“Uma pessoa no Norte só o pode ver em festivais!”, reclamava. Uma queixa que até à própria surpreende, uma vez que, habitualmente, confessa, não gosta deste género de música.

“Nem é muito a minha cena. Eu gosto mais de cenas tipo indie pop e indie rock, mas acho que ele consegue chamar as pessoas.”

Qual o segredo? Francisco, de 20 anos, vindo de Sintra, (e espectador de Slow J ao vivo pela quarta vez) faz uma ideia.

“O facto de ele elaborar muito o tema das suas origens, de onde vem. Também o facto de ser tão aberto ao tema dos imigrantes. Em Portugal, toda a gente só quer arranjar uma casa!”

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“Sou uma pita histérica por Slow J”

Quem não quer saber se a lista de canções tocadas muda ou não é Joana. “Tanto faz, quero ouvir tudo. Se me dissessem que era a noite inteira, eu dizia que estava bem.”

Com 25 anos, natural de Oeiras, autointitula-se “uma pita histérica por Slow J”.

“Neste último ano, vou vê-lo duas vezes. O meu histerismo está em alta. Mas é bom ser uma pita histérica por alguém tão bom!”

Afirma que o som do artista é “viciante”.“Ele consegue pegar numa música portuguesa tradicional e metê-la com tanta camada. Enche mesmo o coração.”

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“É muito difícil não ser feliz neste palco”

Para Paulo, de 26 anos, de Vila Nova de Famalicão - um habituée do Paredes de Coura e fã de Slow J -, a combinação desta noite era imbatível.

“Tem uma energia especial, que se coaduna muito bem com este festival. Acho que vai ser diferente face aos outros espetáculos”, antevia.

“Sou muito feliz em Paredes de Coura e acho que é muito difícil algum artista não ser feliz neste palco.”