Jane Fonda esteve este domingo presente na cerimónia de entrega dos Screen Actors Guild Awards, entregues pelo SAG-AFTRA (sindicato dos atores e profissionais dos media), e que celebram o que de melhor se fez em cinema e televisão ao longo do último ano.

A atriz, que recebeu um Prémio de Carreira, deixou no seu discurso várias críticas ao governo de Donald Trump, sem mencionar diretamente o novamente presidente. “O que os atores criam é empatia. O nosso trabalho é entender outro ser humano de forma tão profunda que lhe tocamos a alma”, começou por dizer. “A empatia não é fraqueza, ou woke. A propósito: ‘woke’ quer apenas dizer que te preocupas com os outros”.

Saudando o poder dos sindicatos, “que nos ligam à comunidade e nos dão poder”, Fonda lembrou ainda a era do McCarthismo nos Estados Unidos, que nos anos 40 e 50 levou à perseguição política de várias personalidades por alegadas simpatias comunistas: “Destruíram-se muitas carreiras. É bom lembrar, hoje, que Hollywood resistiu”, disse.

“Alguma vez viram um documentário sobre algum dos grandes movimentos sociais, seja a luta contra o Apartheid, o Movimento dos Direitos Civis ou a Revolta de Stonewall, e se perguntaram se teriam coragem suficiente de se juntarem à luta? Não têm de voltar a perguntar, estamos num momento propício. Não é um ensaio”, rematou.

“Não devemos, por um único momento, pensar que nada está a acontecer. Isto é grave. Sejamos corajosos. Não devemos isolar-nos. Devemos ser uma comunidade, ajudar os mais vulneráveis, projetar uma visão de futuro inspiradora”.