
No próximo 10 de junho de 2025, a freguesia de Cesar, em Oliveira de Azeméis, recebe o VIII Encontro de Bandas de Música do concelho, numa edição que se reveste de particular simbolismo por integrar, oficialmente, as comemorações dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões.
Ao longo de todo o dia, as seis bandas filarmónicas do concelho dão corpo a uma celebração que conjuga música, reflexão e criação artística, homenageando a figura maior da literatura portuguesa e a epopeia dos descobrimentos.
O momento central do encontro está marcado para as 17h00, com a apresentação da Sinfonia n.º 3 “Dos Lusíadas”, do compositor e maestro convidado Jorge Salgueiro. A obra será interpretada por cerca de 350 músicos, num concerto sinfónico de grande escala, com narração do ator Ricardo Carriço, evocando em sons e palavras o espírito da epopeia camoniana.
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O programa inclui ainda uma mesa-redonda intitulada “Bandas de Música: Educação, Cultura e Comunidade”, que reunirá responsáveis autárquicos, dirigentes associativos e representantes de instituições culturais e educativas do concelho. A sessão será moderada por José Cidade, doutorando em educação musical e especialista no papel formativo das bandas filarmónicas. Joaquim Jorge, presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, Ana de Jesus, presidente da direção da Academia de Música de Oliveira de Azeméis, Francisco Silva, presidente da FAMOA, o maestro e compositor Jorge Salgueiro, e o programador cultura do municipio de Oliveira de Azeméis, Luís Portugal, compõem a mesa redonda.
Duas oficinas participativas completam o programa artístico e pedagógico do dia, ambas com inspiração no universo camoniano: A oficina de expressão dramática “O Corpo Poético”, coordenada por João Amorim, explora o corpo como instrumento de criação, partindo da herança de Jacques Lecoq para navegar, simbolicamente, pelos caminhos da epopeia; e a oficina musical “Lixo com Ritmo”, dinamizada por Joaquim Alves, convida à reutilização criativa de materiais do quotidiano, propondo ritmos construídos com objetos reciclados, numa metáfora sonora da reinvenção — como Camões, que reciclava palavras, também aqui se reciclam sons.
O evento culmina com uma celebração musical coletiva, onde tradição, contemporaneidade e identidade se fundem num gesto artístico profundo, afirmando a força da música como património vivo e expressão da alma portuguesa.