
A Câmara Municipal explicou ao Diário do Distrito que não teve qualquer intervenção no cancelamento do espetáculo do DJ Oraum, que esteve marcado para o passado sábado no Montijo Arena.
Após várias publicações nas redes sociais que apontavam para o facto deste espectáculo do DJ brasileiro ter sido cancelado pela autarquia na sequência de um abaixo-assinado de moradores, devido ao conteúdo das letras do artista, o Diário do Distrito contactou o município, que afirmou também «não ter conhecimento de qualquer abaixo assinado».
Na nota de esclarecimento, a Câmara Municipal do Montijo refere que «foi informada por e-mail, assinado por Ilídio Massacote, Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Montijo, no dia 18 de junho, do cancelamento do espetáculo previsto para o próximo dia 21 de junho, na Praça de Toiros Amadeu Augusto dos Santos (Montijo Arena) devido ao ‘não cumprimento das obrigações legais e regulamentares expressamente comunicadas e acordadas…’ por parte da produtora».
Remete também «qualquer esclarecimento adicional para a Santa Casa da Misericórdia do Montijo», o que o Diário do Distrito fez, aguardando uma resposta.
Polémica e lei anti-Oraum
O polémico DJ Oraum não reúne consensos, uma vez que as letras das suas músicas apelam ao uso das armas, e faz a apologia do crime organizado e ao consumo de drogas.
O projecto lei, que ficou conhecida como ‘Lei Anti-Oraum’ está a ser apresentado em várias cidades brasileiras, proibindo o uso de recursos públicos para contratar artistas que façam este tipo de apologia ao crime e violência.
Oruam é o nome artístico do Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, filho de Marcinho VP, suspeito de ser um dos líderes de grupos de tráfico de droga, e que se encontra preso por crimes de homicídio, formação de quadrilha e tráfico de droga.
O rapper tem uma tatuagem em homenagem ao pai e ao traficante Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes.