
Mais de três mil trabalhadores em Portugal perderam os seus postos de trabalho em despedimentos coletivos nos primeiros cinco meses de 2025, num aumento alarmante de 17,7% face ao período homólogo. Os dados, revelados pela Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), refletem uma tendência preocupante que atravessa o tecido empresarial nacional, afetando desde microempresas a grandes grupos económicos.
Segundo os números oficiais, foram contabilizados 246 despedimentos coletivos em todo o país até ao final de maio. Destes, 90 ocorreram em microempresas, 97 em pequenas empresas, 34 em médias empresas e 25 em grandes empresas, revelando que o impacto da atual conjuntura laboral não tem poupado nenhuma faixa do setor empresarial.
A região de Lisboa e Vale do Tejo destacou-se como a mais afetada, com um número de despedimentos cinco vezes superior ao registado no mesmo período de 2024, sinalizando um agravamento crítico do desemprego nesta zona do país.
Os dados da DGERT colocam em evidência a fragilidade crescente do mercado de trabalho, numa altura em que os indicadores económicos já apontavam para uma desaceleração da atividade em diversos setores. A disparidade entre regiões e a elevada incidência nas empresas de menor dimensão sublinham, por outro lado, a dificuldade em manter os níveis de empregabilidade, mesmo em áreas tradicionalmente mais robustas como Lisboa.
A escalada de despedimentos lança alertas entre especialistas e entidades laborais, embora o relatório da DGERT não indique ainda os setores económicos mais atingidos por esta vaga de rescisões em bloco. O impacto social, no entanto, já se faz sentir expressivamente, com milhares de famílias empurradas para o desemprego num curto espaço de tempo.
A evolução desta tendência poderá ter efeitos significativos na economia nacional e nas contas da Segurança Social, num momento em que o país procura reforçar a estabilidade laboral e a retoma do crescimento. A confirmar-se este ritmo, 2025 poderá terminar com um dos mais elevados números de despedimentos coletivos da última década.