Desloquei-me este fim-de-semana ao interior do país. Em evento de um jornal. Sempre gosto de conhecer e aprendo com as gentes do interior.

Sobretudo de concelhos de reduzida dimensão. Gente que se junta, que gosta de eventos, que partilha emoções e tradições. Poderia dizer que as acho bem mais feliz do que os portugueses que vivem na azáfama das grandes cidades. Parece que não têm nada e têm tudo.

Mas, gosto sobretudo de ver os jovens (poucos, infelizmente) que se recusam a deixar a terra que os viu nascer. E mesmo alguns destes que estão obrigados por razões de trabalho a viver longe, aos fins-de-semana regressam. Criam ou participam em fantásticas tertúlias culturais, de convívio, de conversa.

E interessante também é ver os mais velhos a participar ativamente, num ambiente acolhedor e de respeito.

Mas, uma coisa negativa vejo nestas deslocações ao interior do país. A desertificação, a redução de habitantes que é constante. A falta de oportunidades para os jovens se fixarem.

Dizia-me o presidente da câmara que os imigrantes têm ajudado a manter o agronegócio. E que tem sido importante para manter essa atividade.

Somos um país pequeno com um assinalável e crescente problema de coesão territorial.

Não obstante os significativos investimentos públicos, ajudados pelos fundos europeus, que permitem entre outras coisas, ter bons acessos, o facto é que é difícil atrair empresas para estes territórios.


(Esta crónica é publicada por cerca de 50 jornais)


Eduardo Costa, jornalista, presidente da Ass. Nacional da Imprensa Regional

“Dizia-me o presidente da câmara que os imigrantes têm ajudado a manter o agronegócio. E que tem sido importante para manter essa”