Cerca de quarenta concelhos dos distritos de Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Portalegre e Faro estão esta quarta-feira, 2 de julho, em perigo máximo de incêndio rural, segundo os dados atualizados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). A previsão aponta para uma situação crítica que poderá manter-se pelo menos até segunda-feira.

A elevada perigosidade resulta de uma conjugação de temperaturas máximas muito elevadas, baixa humidade relativa do ar, vento moderado a forte e ausência de precipitação, fatores que potenciam a propagação rápida de fogos rurais. O IPMA utiliza uma escala de cinco níveis de perigo — de reduzido a máximo — sendo que grande parte do território continental regista hoje níveis entre o elevado e o muito elevado.

Cinco distritos sob aviso laranja por calor extremo

Paralelamente ao risco de incêndio, o IPMA colocou Bragança, Évora, Guarda, Vila Real e Beja sob aviso laranja até às 18h00 desta quarta-feira, devido à persistência de valores muito elevados da temperatura máxima. A partir dessa hora, os distritos transitam para aviso amarelo, que se estende até quinta-feira à mesma hora.

Outros oito distritos — Faro, Viseu, Porto, Santarém, Viana do Castelo, Braga, Castelo Branco e Portalegre — estão também sob aviso amarelo por tempo quente, refletindo a dimensão geográfica do fenómeno meteorológico que afeta quase todo o país.

O aviso laranja, o segundo mais grave numa escala de três, é acionado sempre que se verifica risco meteorológico moderado a elevado, enquanto o aviso amarelo sinaliza situações de menor gravidade, mas que podem afetar atividades específicas, como o trabalho agrícola, construção civil ou eventos ao ar livre.

Previsão mantém calor e instabilidade

Para esta quarta-feira, o IPMA prevê céu geralmente limpo, com possibilidade de aguaceiros e trovoada dispersos no interior Norte e Centro durante a tarde. O vento poderá soprar forte na faixa costeira ocidental e está prevista a formação de neblina ou nevoeiro matinal em zonas do litoral Centro. Apesar de ligeira, haverá uma descida da temperatura mínima, embora insuficiente para reduzir significativamente o perigo de incêndio.

As autoridades apelam à máxima precaução da população, sobretudo em zonas florestais e rurais, lembrando que qualquer descuido pode provocar incêndios devastadores. A proibição de queimadas, uso de maquinaria em espaços agrícolas e outras restrições mantêm-se em vigor nas áreas de risco máximo.