
A presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, decidiu retirar o pelouro e os poderes delegados ao vereador do PSD, Nuno Matias, após os sociais-democratas terem votado contra o orçamento municipal de 2025 na Assembleia Municipal. A decisão foi anunciada e terá efeitos a partir de 3 de fevereiro.
O episódio iniciou-se com a aprovação da proposta de orçamento em reunião de Câmara, realizada a 25 de novembro, graças à abstenção do vereador do PSD. No entanto, na Assembleia Municipal de 20 de dezembro, o PSD alterou a sua posição e votou contra a proposta, acompanhando a CDU, o Bloco de Esquerda, o CDS-PP e o Chega. Este resultado travou o orçamento de 182,3 milhões de euros.
Face à mudança, Inês de Medeiros afirmou que a retirada das competências de Nuno Matias visa “assegurar uma gestão municipal coerente e alinhada com as prioridades estratégicas”, enfatizando que a decisão não é uma penalização pessoal, mas reflete uma “quebra de confiança” e a necessidade de compromisso na governabilidade.
O executivo socialista agradeceu o trabalho desenvolvido por Nuno Matias desde 2017 e anunciou o início de novas negociações para garantir a estabilidade do orçamento municipal, essencial para projetos como o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
O orçamento rejeitado previa 70% do valor total para despesas correntes, incluindo 62,4 milhões de euros para pessoal e 54,7 milhões para capital. Entre os destaques, figuravam 18 milhões para habitação, 13,5 milhões para inclusão social e 8 milhões para construção de centros de saúde na Costa da Caparica e no Feijó.