É certo e sabido, embora com tendência a diminuir, que o talento tecnológico procura mais do que um bom salário e um plano de saúde, a consultora portuguesa Affinity está a lançar uma bomba discreta mas potente no mundo da gestão de talento: transformar os seus melhores profissionais em intrapreneurs — empresários dentro da própria empresa.

Se a palavra soa ambígua, a prática é clara como água. Em vez de esperar que os seus quadros subam lentamente uma escada corporativa desenhada no século passado, a Affinity oferece-lhes algo radicalmente diferente: a oportunidade de liderar uma business unit como se fosse sua. Com tudo o que isso implica — liberdade estratégica, partilha de lucros e a responsabilidade total pelo sucesso ou fracasso da sua operação.

“Deixámos de tratar as pessoas como ‘recursos’. Passámos a vê-las como líderes em potência”, afirma Carlos Pais Correia, CEO e o arquiteto deste modelo arrojado. “Excesso de controlo é o maior inimigo da inovação. Libertámos o sistema sem perder identidade.”

Na prática, isto significa que qualquer talento — seja já colaborador ou recém-chegado aos escritórios de Lisboa e Porto — pode propor uma visão, montar uma equipa, definir metas e operar como uma empresa autónoma. Tudo isto com o suporte da infraestrutura da Affinity, acesso a clientes consolidados, formação contínua e até tecnologia proprietária, como o software de IA Keywork.

Atualmente, seis unidades já estão em operação. Duas no Porto, quatro em Lisboa. Algumas, como a Nexus AfC e a Mamba AfC, empregam mais de 50 pessoas e já ultrapassaram os 3 milhões de euros por ano — números que fazem corar muitas startups independentes.

O Modelo AfC: Liberdade com Responsabilidade

Chama-se Affinity Company (AfC) e é a unidade básica deste novo ecossistema. Cada AfC funciona como uma miniempresa dentro da Affinity, com marca própria, cultura distinta e objetivos bem definidos. Mas com uma diferença crítica: não estão sozinhos.

O CEO atua como mentor direto dos líderes das AfCs, partilhando conhecimento, contactos e visão estratégica. Em troca, espera-se foco, ambição e uma atitude claramente empreendedora. “Não é para todos. Mas para quem entra neste jogo, é muito difícil voltar atrás”, sublinha Carlos Pais Correia.

Este modelo não só quebra a rigidez do tradicional percurso profissional na área tecnológica, como também responde a um desejo cada vez mais frequente entre profissionais altamente qualificados: ter impacto real, liberdade de decisão e uma relação direta com os resultados que geram.

Uma nova arquitetura do trabalho

A Affinity não está apenas a experimentar uma estrutura de gestão alternativa. Está a questionar o próprio conceito de empresa. E, ao fazê-lo, posiciona-se na vanguarda de um movimento global que mistura empreendedorismo, descentralização e propósito.

Para quem entra neste ecossistema, o caminho é: crescer sem ter de sair; liderar sem ter de começar do zero; criar sem estar sozinho.

Num mercado onde escasseiam não só programadores mas também líderes com visão e coragem, esta proposta pode ser o diferencial de que as empresas precisam para atrair os melhores — e mantê-los.

Porque no final do dia, o que realmente move o talento não são apenas stock options, mesas de pingue-pongue ou semanas de quatro dias. É a possibilidade de deixar marca no mundo com aquilo que se sabe fazer melhor — e ter liberdade para o fazer à sua maneira.

A Affinity percebeu isso antes dos outros. E está a construir, em silêncio e com método, o que pode muito bem ser o próximo capítulo do trabalho em tecnologia.

Affinity está a recrutar: O modelo de intrapreneurship está aberto a talentos em Lisboa e Porto. Se tens uma ideia, ambição e vontade de liderar, talvez o teu lugar não seja num cargo… mas numa cadeira de CEO. Dentro da Affinity.