As filas intermináveis confirmam a fama, que se alastrou sem parar com o advento do turismo em Lisboa. De quase segredo da cidade, As Bifanas do Afonso, na esquina do número 146 da rua da Madalena, passaram a estrelas dos guias turísticos e, mais ainda, das redes sociais.
Prepare-se para comer na rua e em pé. Aqui, há só duas mesas, muito altas, pequenas e sem bancos, e dois marcos do correio que permitem ir pousando a imperial enquanto se come. Mas não desanime, porque As Bifanas do Afonso compensam qualquer desconforto e espera quase interminável na fila, desde a abertura, às 8h00 até ao fecho pelas 18h30 (ao sábado, a casa só funciona até ao almoço). É de um balcão (janela) virado para a rua, de onde se vê José Rodrigues e o irmão Carlos, aos comandos da cozinha, que saem, sem parar, as famosas Bifanas. A casa abriu portas em 1975, pela mão de José Torres de Afonso, nascido no Minho e que, após a reforma, passou os segredos e o negócio, a José Rodrigues.
O segredo da receita de sucesso mantém-se: “Carne de qualidade e o corte da bifana, que deve ser fino e feito à mão, o molho, com banha, vinho branco e alho, e claro, o pão macio, mas não mole como a carcaça”, explica José Rodrigues, que logo acrescenta: “e muita dedicação!”. Para além da famosa bifana cozinhada sem interrupção na frigideira à vista, a casa também serve Bifana com queijo, Panado no pão, e ainda Pão com carne assada, com leitão ou com couratos.
Novo quiosque na Baixa
A grande novidade do negócio é a expansão das Bifanas do Afonso para uma nova morada. A janela aberta é como uma imagem de marca, mas rapidamente se percebem algumas atualizações na esquina entre a rua da Assunção e a rua dos Sapateiros, no espaço de restauração do hotel Lisbon Art Stay, também na Baixa de Lisboa.
A mudança dista cerca de 1 km da localização original e em comunicado, o Lisbon Art Stay garante que “ao trazer as Bifanas do Afonso para dentro de casa, o hotel reforça a sua ligação à cultura local e à identidade portuguesa, através de um dos pratos mais emblemáticos do nosso país”.
A mesma receita e o mesmo preço
A fórmula de sucesso das Bifanas do Afonso mantém-se: pão estaladiço, carne no ponto, molho com segredo e serviço rápido. A famosa bifana custa os mesmos €3, cobrados na rua da Madalena. Junta-se à oferta uma sopa do dia (como caldo verde, canja ou sopa de feijão com hortaliça) ou um salgado, que pode variar entre filetes, panados, rissóis ou sandes de ovo. Qualquer uma das opções custa apenas €1,50. E, pela primeira vez, é possível sentar-se na esplanada com serviço de mesa incluído, já que a famosa bifana passa a estar disponível na ementa do restaurante do hotel.
“Quando decidimos reformular o conceito do restaurante, optámos por aquilo que melhor representa a nossa cultura: a gastronomia tradicional portuguesa. A colaboração com as Bifanas do Afonso, ícone dos sabores lisboetas, surge naturalmente nesta nova fase do Lisbon Art Stay: uma cozinha portuguesa, genuína e sem pretensiosismos”, afirma Francisco Remondes, responsável pela comunicação do Grupo Lisbon Art Stay.
O novo quiosque d’ As Bifanas do Afonso funciona diariamente entre as 8h00 e as 18h00. Já o restaurante e a esplanada servem das 11h00 às 23h00. Refira-se que novo espaço está inserido no quiosque do hotel Lisboa Art Stay (Rua dos Sapateiros, 158, Lisboa. Tel. 211931646), com 54 quartos e apartamentos, que mistura “o charme pombalino com arte urbana, néones e uma programação cultural irreverente”. Referência ainda para o bar de cocktails – Ruby Rosa -, no último piso do edifício.
